Título Original: Scythe
Série: Scythe #1
Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Sinopse: A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria… Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - um papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a "arte" da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão - ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais -, podem colocar a própria vida em risco.
Em um mundo Pós-Mortalidade, a mortalidade se torna ultrapassada. A humanidade conseguiu vencer a morte. Nimbo-Cúmuloé uma inteligência artificial que conseguiu essa proeza para humanidade, além de instalar a paz entre as pessoas. Mas a Terra não poderia ficar povoada demais e para que isso não viesse a ocorrer foi criada uma Ceifa. Pessoas foram selecionadas para fazer o trabalho da morte, esses eram denominados de Ceifadores. A Nimbo-Cúmulo e os Ceifadores são duas organizações distintas e nenhum delas pode intervir no trabalho da outra.
Citra Terranova estava em casa quando um dos Ceifadores mais famosos aparece em sua casa, o Ceifador Faraday. Depois do ceifador se convidar para jantar na casa da garota, Citra não aguenta toda a formalidade e pergunta diretamente se ele veio coletar alguém de sua família, e se sim, que acabe logo com isso. Rowan Damisch também se encontra com o Ceifador Faraday na escola quando ele vai coletar um de seus colegas de escola. Mesmo não sendo amigo do garoto, Rowan se compadece com a situação e decide ficar com ele em seus minutos finais.
O que esses dois têm em comum? Citra Terranovaé determinada e explosiva, já Rowan Damisché observador e cheio de compaixão. Mas os dois tem a fibra moral que deve constituir um bom Ceifador. E por esses motivos, o Ceifador Faraday escolhe os dois como seus aprendizes. Porém, apenas um deles se tornará um Ceifador em um ano. A escolha incomum de dois aprendizes para um novo Ceifador não passa despercebida pela Ceifa e isso pode acarretar em muitos problemas. Muitos problemas!
“– Eu escolhi vocês dois!
– Por que vamos competir por algo que nenhum de nós quer?
– Aí está o paradoxo da profissão – Faraday disse. – A função não deve ser concedida aos que a desejam. São aqueles que mais se recusam a matar que devem exercê-la.” Página 48
A capa é linda e combina muito com os ceifadores. As folhas são de boa qualidade e as letras são perfeitas para visão. A cada início de capítulo temos uma página do diário da ceifadora Curie. A narração está em terceira pessoa e tem visões de muitos personagens, mas com foco em Citra e Rowan.
Quando peguei esse livro O Ceifador, sabia apenas o básico sobre ele: que as pessoas não mais morriam e que a morte deveria vir na forma de colheita, colheita essa pelas mãos dos Ceifadores. Apenas isso era do meu conhecimento e acabei me perguntando como a história iria se desenrolar. Onde estaria todo a confusão e a ação do livro? Muitas cenas cruéis estavam por vim e eu não estava preparada.
Eu particularmente adorei os dois protagonistas principais, cada um a sua maneira tem a força moral para se tornar um bom Ceifador. Além disso, há dois ceifadores que eu adorei conhecer e outro um grupo de ceifadores que interpretam os mandamentos da Ceifa de uma maneira distorcida e cruel. É nesse grupo que teremos os conflitos que rodeiam o livro.
Neal Shustermannão tem dó nem piedade de matar. Esteja certo disso! Mas nenhuma morte é sem significado para a trama em si, apesar da crueldade de algumas. A construção dos personagens e do ambiente criados são fantásticos. O livro está muito bem escrito. A leitura flui muito bem e quando percebemos já folheamos muitas páginas.. Apesar da fluidez, eu li devagar para entender todo contexto nesse novo mundo. Esse livro tem muita história por trás do mundo Pós-Mortalidade. O autor consegue criar um mundo e vários elementos novos. É muita criatividade!
O Ceifador faz parte de uma série, mas esse primeiro livro tem começo, meio e fim. Nos próximos livro o autor terá que encontrar novos conflitos para escrever. E confesso que estou muito curiosa com eles!