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{O menino que vê filmes} V de Vingança

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Direção: James McTeigue
Elenco: Natalie Portman, Hugo Weaving, John Hurt, Stephen Fry, Stephen Rea, Tim Pigott-Smith, Sinéad Cusack, Roger Allam

ATENÇÃO: ALERTA DE SPOILER! Se você não assistiu ao filme em questão, prossiga por sua conta e risco!

Sinopse
"Relembrem, relembrem o cinco de novembro
A traição, a pólvora e o ardil!
Não sei de nenhuma razão para que a traição da pólvora
Algum dia seja esquecida."
Oi gente! Bem, a 7ª temporada de Game Of Thrones vai deixar saudades. Até porque a próxima agora só em 2019, é isso mesmo produção? Aguenta coração! 

Por outro lado, estrearam essa semana o crossover de heróis (Os Defensores), bem como uma adaptação para o cinema do aclamado anime Death Note, ambos da Netflix (sua linda). Ainda não assisti nenhum dos dois, mas o farei assim que possível, pra resenhar aqui pra vocês.

Enquanto isso, vamos abordar hoje este excelente longa baseado no clássico homônimo das HQ's, V DE VINGANÇA.

Escrita por Alan Moore e desenhada quase que totalmente por David Lloyd, V DE VINGANÇA baseia-se na saga do anti-herói conhecido apenas pela letra "V", que vive para se vingar de seu maior inimigo: o Estado.

"Por trás desta máscara há mais do que carne. 
Por trás desta máscara há uma ideia, Sr. Creedy.
E ideias são à prova de balas."
Armado de facas, destreza, exlposivos e muita inteligência, V inspira-se na figura do conspirador Guy Flakes, que tramou contra a vida do Rei James VI, durante a chamada Conspiração da Pólvora, na Inglaterra.

O filme adaptou muito bem a estória para o cinema e inspirou diversos movimentos na sociedade, como o grupo conhecido como Anonymous.

Gosto bastante de ambas as mídias, por isso vim fazer um apanhado da obra pra vocês.

Vem comigo?

Nota Histórica

A Conspiração da Pólvora de 1605, também chamada de a Conspiração da Traição da Pólvora ou a Traição Jesuíta, foi uma tentativa de assassinato contra o rei Jaime VI da Escócia e I da Inglaterra por um grupo provinciano de católicos ingleses liderados por Robert Catesby.

O plano era explodir a Câmara dos Lordes durante a cerimônia de abertura do parlamento em 5 de novembro de 1605. Seus co-conspiradores foram John Wright, Thomas Wintour, Thomas Percy, Guy Fawkes, Robert Keyes, Thomas Bates, Robert Wintour, Christopher Wright, John Grant, Ambrose Rookwood, Sir Everard Digby e Francis Tresham. Fawkes, que tinha dez anos de experiência militar lutando nos Países Baixos do Sul, ficou encarregado dos explosivos.

A conspiração foi revelada para as autoridades em uma carta anônima enviada no dia 26 de outubro a Guilherme Parker, 4.º Barão Monteagle. Durante uma busca na Câmara dos Lordes por volta da meia-noite de 4 de novembro, Fawkes foi descoberto guardando 36 barris de pólvora – suficiente para destruir completamente a câmara – e preso. A maioria dos conspiradores fugiu de Londres ao descobrirem sobre a revelação da conspiração, tentando encontrar apoio pelo caminho. Vários enfrentaram o Xerife de Worcester e seus homens na Casa Holbeche; no confronto que se seguiu, Catesby foi um dos mortos. Oito dos sobreviventes, incluindo Fawkes, foram julgados em 27 de janeiro de 1606 e condenados a enforcamento, afogamento e esquartejamento.

Este episódio foi a inspiração de Alan Moore para a criação do personagem V nos quadrinhos e, posteriormente, no cinema.

Ambientação e Enredo

Num futuro próximo, o mundo está mergulhado em guerra e caos. Os EUA já não são mais a mesma superpotência de outrora e a Europa foi devastada pelo vírus conhecido como Saint Mary. 

Um dos únicos lugares onde ainda há alguma estabilidade é o Reino Unido, governado por um regime totalitário sob o comando do Allto Chanceler Adam Sutler. Homossexuais, artistas e outros considerados "indesejáveis" pelo regime são presos e mandados a campos de concentração, de onde não retornam mais.

É nesse contexto que um personagem do passado ressurge em busca de vingança contra o regime que o torturou. Letrado e fisicamente mais forte e ágil que outros homens, o anti-herói usa a máscara que representa Guy Falkes e chama a si mesmo apenas pela letra "V".

Ele se apaixonará pela jovem Evey Hammond, que determinará se "V"é um herói libertador ou apenas outro tirano.

A política por trás de V DE VINGANÇA

Originalmente, a estória gráfica é permeada por temas que remetem à anarquia. A produção do filme, que teve participação dos irmãos Wachowski, acabou diminuindo a intensidade do tema "anarquia", adaptando-o para pautas de maior relevância para o ano de 2006 (lançamento do filme).

O filme foi visto por muitos grupos políticos como uma alegoria da opressão do Estado. Libertários usaram isso como uma afirmação conservadora contra a intervenção governamental na vida dos cidadãos. Anarquistas, por sua vez, usaram esse filme para propagar a teoria política da anarquia.

Evey Hammond


Logo no início da execução de seu plano de vingança, "V" encontra Evey Hammond. Ambos têm trajetórias de vida que se relacionam, já que os pais de Evey foram presos, torturados e mortos pelo mesmo regime que desfigurou "V".

A diferença entre os dois reside na dicotomia observada em qualquer de governo ou regime: De um lado, o anarquista que luta para pôr abaixo um governo totalitário e corrupto; de outro, o povo que está de tal forma entorpecido pelo medo imposto pelo Estado que já não resiste mais, apenas aceita.


O encontro entre os dois mudará a vida de ambos.

Referências

O longa é uma fonte rica em referências literárias e históricas. 


Tal fato pode ser observado, por exemplo, pela semelhança da trajetória do personagem principal com a saga em O CONDE DE MONTE CRISTO, de Alexandre Dumas, onde o personagem também foge do cativeiro para planejar sua vingança, bem como em O FANTASMA DA ÓPERA, de Gastón Leroux, que retrata um homem que usa uma máscara para esconder suas deformidades e, como "V" leva sua amada para o seu covil, com finalidades reeducativas.

Em outro aspecto, o regime retratado no filme remete em muitos momentos ao III Reich, contendo também elementos vívidos do livro de George Orwell, 1984.


CONCLUSÃO

Mais uma vez aqui cumpre-se a máxima de que a arte imita a vida. 

Tudo que uma nação oprimida espera, às vezes, é por uma centelha de esperança, para lutar pela retomada da liberdade, como tem acontecido em tantos países ao redor do mundo.

Afinal, como diria V, "O povo não deve temer o seu governo. O governo é que deve temer o seu povo."

Até a próxima, pessoal!

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