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{Resenha} kurt Seyit e Shura

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Título Original: kurt Seyit ve Şura
Autora: Nermin Bezmen
Editora: Pedrazul
Sinopse: O livro que inspirou uma fascinante série de TV, agora exibida pela Netflix, e que continua a encantar milhões de telespectadores no mundo todo.
Um best-seller instantâneo desde o seu lançamento em 1992, o romance Kurt Seyit & Shura, de Nermin Bezmen, é um clássico da literatura turca contemporânea, um drama romântico que tem como cenário a decadência do Império Russo e a Primeira Guerra Mundial. Bezmen nos conta a história de um casal que vive um amor proibido à medida foge da onda de devastação causada pela Revolução Bolchevique. Neta de Kurt Seyit, O Lobo, um dos amantes que procurou refúgio no já enfraquecido Império Otomano, a autora relata a história real até então traduzida para doze línguas.
Kurt Seyit é o filho de um nobre abastado da Criméia é um elegante primeiro tenente da Guarda Imperial. Ferido no front dos Cárpatos e, mais tarde, procurado pelos bolcheviques, ele faz uma fuga ousada através do Mar Negro. Orgulhoso para aceitar o pagamento por um carregamento de armas que ele entrega aos nacionalistas, Seyit enfrenta anos de luta para começar uma nova vida na República Turca que surge das cinzas do Império Otomano decadente. Tudo o que ele tem é a sua dignidade e o seu amor.
Shura é a linda e inocente menina, encantada pela música de Tchaikovsky e pelas luzes brilhantes de Moscou, que se apaixona por Seyit quando tem apenas quinze anos. Uma vítima em potencial na mira dos bolcheviques devido à riqueza e a posição social de sua família, ela está determinada a seguir seu coração e acompanhar Seyit na sua perigosa fuga pelo Mar Negro.
“Você sente frio quando está sozinho. Este é um sentimento que conheço muito bem.”
Assisti apenas ao primeiro episódio da série, bem antes do livro ser lançado pela Pedrazul. Havia me interessado pela ambientação russa, uma vez que não li (ou assisti) muita coisa sobre e foi uma agradável surpresa quando recebemos o livro para resenha!

Vamos primeiro para a ambientação, não é? A história começa na Rússia de 1916, em Petrogrado. Kurt Seyit Eminoff é um soldado em tudo o que a palavra engloba, bem como a encarnação do próprio “herói”. É durão, forte, resistente, desbravador, amante. E como tem amantes, de todos os gostos! Nascido em uma família rica tradicional da Crimeia (com tradições turcas/muçulmanas), ele é um dos guardas do Kremlin e agraciado pelo czar Nicolau II, assim como seu pai foi antes dele. 

Durante uma festa, ele conhece Shura: a jovem filha de um aristocrata russo que está sendo apresentada a alta sociedade de Petrogrado pela primeira vez. Sura (já falei que ela é jovem? Muito jovem) é doce e inocente, insegura em sua própria pele. É claro que um soldado com Seyit iria atrair seu amor à primeira vista. Os dois decidem se entregar ao amor logo na primeira cruzada de olhares e ela se entrega ao amado.
“- Então, quem tem razão: nós ou os japoneses? – Perguntou Seyit.
- Filho, a guerra significa que, não importa qual a sua causa, os dois lados acreditam que estão certos. Somente a história mostrará quem tem razão.”
Porém, ele precisa partir para a guerra dali a poucos dias. A Primeira Guerra Mundial bate às portas da Russia. Vemos nesse período o quão os amigos são importantes e o quanto os amantes desejam um ao outro, sem saber notícias um do outro.

A autora conta também uma parte da infância de Seyit, desde o romance de seus pais até sua ida para a escola militar; como conheceu Petro: seu melhor amigo durante o período estudantil e que o apresenta aos encantos femininos. A cultura e a tradição é muito viva na família Eminoff, seu pai viu no filho mais velho (embora tenha uma menina mais velha) o líder que poderia manter sua família unida mesmo na desventura e decidiu investir nele todo o potencial. 

Depois da guerra, o casal se reencontra. Mas o perigo vem novamente buscá-los, trazendo um inimigo inesperado que está disposto a tudo para acabar com a vida abastada e a própria vida de Shura e Seyit, bem como de todos os seus amigos. 

A Revolução Russa, causada por Lenin interfere na vida de toda aristocracia, mudando todo o regime político da Russia que acabou por se tornar a União Soviética (até 1991 a Russia era um país socialista). O casal foge para a Crimeia, acreditando que o pai de Seyit irá acolhê-lo por causa de toda a mudança no país. Mas como eu disse, a família é tradicionalista e Seyit deve se casar com uma mulher turca e não uma russa, pois as mesmas são só “para se divertir”, segundo o Eminoff pai.

Em desespero e depois de muitas aventuras, o casal foge para o outro lado do Mar Negro, para Istambul. A cultura muda enormemente, mas não o amor dos dois. A calmaria vem aos poucos e a desesperança em relação ao retorno ao país natal ou encontrarem suas famílias perdidas. Também seu estilo de vida precisa mudar: horas de trabalho exaustivo para poderem sobreviver, até que a vida de ambos entra nos eixos. Até que tudo se desestabiliza novamente.


Um desentendimento os faz sofrer e repensar a vida, depois de anos juntos. Depois de tantas perdas e lágrimas derramadas, depois de pequenas conquistas comemoradas e um ter salvo a vida do outro e vice-versa. Eu soltei um sonoro “P****!” quando vi o que estavam prestes a fazer, porque não acreditei naquilo. Séeerio! 

A história de kurt Seyit e Shura é real e a autora fez uma busca minuciosa na vida de seus antepassados para poder escrever a história romântica de seus bisavós. No final do livro vemos até mesmo fotos dos dois e suas famílias, muito interessante.

Simplesmente encantador. Shura amadurece muito no decorrer de sua vida (a parte narrada, pelo menos) e vemos sua independência aflorar com as dificuldades que acaba enfrentando. Seyit, apesar de ser durão, é um homem muito emotivo: e isso pode ser bom e ruim, dependendo da emoção que o domina. A narração é focada em Seyit a todo momento, vemos muito pouco da família da russa – o que deixou algumas pontas soltas e talvez até meio fora de sentido em alguns aspectos. Todos os personagens são marcantes, cada um com características que nos fazem amá-los ou odiá-los. 

A edição está muito bonita, páginas amarelas e fonte pequena. Não gosto muito de fonte pequena, pois parece que a leitura não rende. Demorei a ler o livro justamente por causa disso... E também demorei a me envolver com a história, admito. Andou para mim depois da morte do czar (que me lembrei de Downton Abbey...), aí consegui manter um ritmo bom de leitura. 

A capa utilizada pela editora foi retirada do seriado disponível na Netflix, que pretendo continuar assistindo. Mas só pelo primeiro episódio em comparação ao livro, já vi algumas mudanças. Deixo abaixo o trailer!


~Recebido em parceria com a Editora Pedrazul~

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