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{O menino que vê filmes} Oscar 2018

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ATENÇÃO:ALERTA DE SPOILER! Se você ainda não assistiu aos filmes relacionados neste post, prossiga por sua conta e risco.

Oi gente! Semana passada assistimos à maior premiação do cinema mundial, o Oscar. 

A cerimônia super tradicional veio recheada do costumeiro glamour e, como tem acontecido de alguns anos pra cá, pautada por discursos políticos e ideológicos.

Algo que notei na cerimônia deste ano foi a fallta de surpresas. Em outras palavras, foram premiados aqueles filmes que todos já tinham mais ou menos uma noção de que seriam mesmo, sem muitas novidades.

Até o momento tive oportunidade de assistir a somente três dos indicados e eventualmente premiados. Vou deixar aqui pra vocês as minhas impressões sobre estes filmes.

Vem comigo?

TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME
Three Billboards Outside Ebbing, Missouri - 2018, EUA/UK


Direção: Martin McDonagh
Elenco: Frances McDormand, Sam Rockwell, Woody Harrelson, Peter Dinklage, Caleb Landry Jones, Lucas Hedges, Zeljko Ivanek, John Hawkes
Sinopse: Inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, Mildred Hayes (Frances McDormand) decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o Delegado Willoughby (Woody Harrelson), responsável pela investigação.

Gente, assistam. ASSISTAM!

Fazia muito tempo que eu não assistia a um filme tão intenso e verdadeiro quanto TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME. E olha que o enredo sugere algo que tinha tudo pra ser só mais um drama comum. 

Porém, a construção dos personagens e a conexão entre os mesmos deixou tudo com uma veracidade visceral.

Sam Rockwell (Dixon) e Frances McDormand (Mildred Hayes) - Dobradinha de Oscars 

Envolvente e arrebatador, TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME fala de pessoas simples, interioranas, que têm suas vidas devassadas por causa da atitude surpreendente de uma mãe inconformada com a morte da filha e insatisfeita com a incompetência da polícia local.

A mãe em questão é Mildred Hayes, interpretada com maestria por uma expressiva Frances McDormand, que não à toa levou a estatueta de melhor atriz. 

Dona de uma personalidade dura e sagaz, Mildred é uma das personagens mais "faca na bota" que o cinema já viu. Embora ela confronte diretamente o delegado Willoughby (Woody Harrelson), é o policial Jason Dixon quem rouba a cena. O presonagem ganhou vida através da interpretação espetacular de Sam Rockwell, que por sua vez ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante.


Enfim, TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIMEé um longa carregado de sentimento, que aborda a tênue fronteira entre o amor e o ódio, o trágico e o cômico, a culpa e a redenção. Na minha humilde opinião, merecia ter levado também o Oscar de melhor filme.

Recomendadíssimo!

A FORMA DA ÁGUA 
The Shape of Water - EUA, 2017


Direção: Guillermo Del Toro
Elenco: Sally Hawkins, Doug Jones, Michael Shannon, Octavia Spencer, Michael Stuhlbarg, Richard Jenkins
Sinopse: Década de 60. Em meio aos grandes conflitos políticos e transformações sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria, a muda Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, se afeiçoa a uma criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles (Richard Jenkins) e à colega de turno Zelda (Octavia Spencer).

Ok. A FORMA DA ÁGUA é até bonitinho. Mas "melhor filme" acho que foi exagero.

Como bem descrito na sinopse, o filme retrata o romance entre uma faxineira muda e um anfíbio humanóide que teria sido capturado na Amazônia.

Mas o problema principal com A FORMA DA ÁGUA, na minha opinião, é que ficamos o tempo todo com a sensação de "já vi isso antes".

Ora, é impossível assistir ao longa sem lembrar de tantos outros filmes, não pelo contexto, mas por todo o resto. Só pra dar uns poucos exemplos, o filme parece uma mistura de O FABULOSO DESTINO DE AMELIE POULAIN com LABIRINTO DO FAUNO.

O personagem interpretado por Octávia Spencer parece ser o mesmo que ela interpretou em ESTRELAS ALÉM DO TEMPO. 

Doug Jones, um ator especializado em incorporar criaturas fantásticas, interpreta basicamente o mesmo personagem que viveu em HELLBOY, o Ictio Sapiens (homem peixe), que também ganhou vida pelas mãos de Guillermo Del Toro.

Doug Jones, o "monstro" de estimação de Guillermo Del Toro 

Os personagens de Sally Hawkins e Michael Shannon são altamente previsíveis. Ela, a mocinha indefesa. Ele, o malvadão com o cenho franzido e de personalidade opressora.

Pra finalizar, não entendi muito bem a necessidade de se ressaltar e enfatizar o tempo todo o sexo entre os personagens. O filme pula do infantil pro pornô numa velocidade que deixa a gente tonto tem horas.

Mas, não é um filme ruim, de forma alguma. Vá sem esperar muita novidade.

CORRA!
Get Out! - EUA, 2017


Sinopse: Um jovem fotógrafo descobre um segredo sombrio quando conhece os pais aparentemente amigáveis da sua namorada.
Direção: Jordan Peele
Elenco: Daniel Kaluuya, Allison Willians, Bradley Whitford, Katherine Keener, Caleb Landry Jones

Bem, esse filme levou a estatueta de melhor roteiro original. Original, sim. "Melhor", jamais.

O filme começa muito bem, como um excepcional thriller de suspense. 

Há também a questão do preconceito racial abordada constantemente (e de forma bem pesada) durante todo o longa.

O problema é que o enredo descamba pra um Sci-Fi meio sem pé nem cabeça, o que compromete totalmente a estória.

Basicamente, Rose (Allison Willians) namora jovens negros e os atrai para a luxuosa casa de seus pais no interior. Uma vez lá, os rapazes são hipnotizados e submetidos ao que parece ser um transplante de uma parte do cérebro, tendo suas consciências aprisionadas e dando lugar a consciência de milionários brancos, uma forma de perpetuar a vida dos mesmos.

Eu confesso que estava gostando da forma como a estória vinha sendo conduzida, até que o roteiro é desviado pra essa coisa meio fantástica... Tipo, não podia ser só tráfico de órgãos? Transplante de consciência? Fala sério...

Fiquei com aquela mesma sensação de quando assisti a UM DRINK NO INFERNO. A gente tá assistindo um filme de suspense/policial e , de repente, VAMPIROS! Mas é Tarantino, né gente? É diferente.

Enfim, os envolvidos perderam uma excelente oportunidade de contar uma estória bem legal. Não perca seu tempo.

CONCLUSÃO

Ainda faltam muitos filmes do Oscar pra assistir. Vou dar prioridade pra O DESTINO DE UMA NAÇÃO e ME CHAME PELO SEU NOME. Quem sabe não rola uma parte II dessa resenha?

Até a próxima, gente!

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