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{Resenha} Gênese

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Autor: Karin Slaughter
Editora: Record
Ano: 2017
Sinopse: Em um hospital de Atlanta, uma mulher dá entrada na emergência, vítima de atropelamento, mas seu corpo apresenta terríveis marcas de tortura e sinais de desnutrição e violência sexual. O caso intriga a Dra. Sara Linton, uma médica que se mudou para a cidade para superar um passado doloroso, mas que se vê arrastada para um universo macabro ao tentar salvar a vida de sua nova paciente. Com os detetives Will Trent e Faith Mitchell, ela mergulha na caçada a uma mente doentia que está prestes a fazer novas vítimas – e dar vazão a toda a crueldade de que a natureza humana é capaz.


Resenha:

Já fazia bastante tempo que eu estava interessada em conhecer essa autora, pois sempre li excelentes críticas sobre ela. E minha reação não poderia ter sido outra: Que livro é esse, minha gente? Um suspense de tirar o fôlego do começo ao fim! Uma escrita que nos transporta para dentro da história e que não nos deixa largar o livro enquanto não terminamos!

Gênese é o terceiro livro da série Will Trent, porém não me senti prejudicada por não ter lido os dois primeiros volumes. Acredito que eles tragam muitas informações sobre a história e o passado dos personagens, mas podem tranquilamente ser lidos fora da ordem.

Os detetives protagonistas trabalham no Georgia Bureau of Investigation (GBI) e têm personalidades completamente distintas, mas de alguma forma se completam e se equilibram, no melhor estilo “good cop, bad cop”.

“Ele sentia que ela o pressionava, mas Faith nunca confirmaria isso. O problema é que ela era um tipo de policial diferente de Will. Há muito sabia que sua abordagem menos agressiva no trabalho era conflitante com a de Faith, mas, em vez de isso ser um motivo de discórdia, era o tipo de contraste que funcionava para ambos.”

Will Trent viveu grande parte de sua vida em um orfanato e mantém um relacionamento muito complicado com Angie Polaski, personagem que prefiro nem descrever, do tanto que a odiei. Apesar de ser um excelente detetive, Will sofre de dislexia, problema que tenta ao máximo esconder de todos. Muito inteligente e racional, porém tem algumas dificuldades nas relações sociais, chegando a ser passivo demais em determinados momentos.

Sua parceira, Faith Mitchell, é uma detetive jovem, com um filho adolescente, que acaba de descobrir que sofre de diabetes, e ainda por cima, está grávida novamente. Sua personalidade é mais explosiva que a de Will, mas ao mesmo tempo ela cuida e se preocupa com seu parceiro tanto no sentido profissional quanto pessoal.

“Apesar de todas as queixas contra o parceiro, Faith nutria profunda devoção por ele. Às vezes era sua comandante, seu escudo contra o mundo, sua irmã mais velha. Como poderia proteger Will se não conseguia proteger a si mesma?”

A médica Sara Linton faz parte de outra série da autora, Granty County, e abandonou sua carreira de legista em sua antiga cidade, para trabalhar na área clínica de um hospital, após uma grande tragédia. Porém, enquanto tentava começar uma nova vida, ela acaba se envolvendo em uma investigação que traz sua vocação à tona.

A história começa com um atropelamento em que a vítima está nua e apresenta sinais de tortura. Enquanto ela é cuidada pela dra. Linton no hospital, Will Trent encontra o cativeiro onde ela era mantida, uma cena de horror digna dos estômagos mais fortes. (Vou colocar uma citação mais leve, caso você não tenha).
 “Ele estimou que a área principal tinha pelo menos três metros e meio de extensão por dois de largura. O teto tinha cerca de um metro e oitenta de altura, o bastante para que Will ficasse de pé um pouco encurvado, mas ele não confiava em seus joelhos para se levantar. A lanterna não iluminava tudo ao mesmo tempo, de modo que o espaço parecia mais apertado do que na verdade era. Some isso ao aspecto macabro e ao fedor de argila da Geórgia misturado com sangue e excrementos e tudo parecia ser menor e mais escuro.”

A partir daí, aparecem mais mulheres, vítimas de um assassino sádico e perverso. Elas têm um perfil bastante peculiar, cabelos e olhos escuros, todas solteiras, atraentes, bem-sucedidas, além de serem odiadas praticamente por todas as pessoas com quem tinham algum contato. Mas a conexão entre elas ia além disso tudo, e foi algo inesperado e imprevisível para mim.

Todos os protagonistas têm segredos e um passado que gostariam de esquecer, o que nos é revelado durante o enredo de uma forma bem planejada e fluida, sem deixar de lado cada detalhe da investigação e da busca pelo suspeito e os motivos para seus crimes.

A narrativa impecável da autora me prendeu durante toda a leitura, todos os quebra-cabeças foram solucionados sem que ela deixasse nenhuma ponta solta, e mal posso esperar para ler todos os livros da série! (E quem sabe das outras séries também...)


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