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{Resenha} Querido Evan Hansen

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Título Original: Dear Evan Hansen: The Novel
Autor: Val Emmich
Editora: Seguinte
Sinopse: Evan Hansen sempre teve muita dificuldade de fazer amigos. Para mudar isso, decide seguir as recomendações de seu psicólogo e escrever cartas encorajadoras para si mesmo, com esperança de que seu último ano na escola seja um pouco melhor. O que não esperava era que uma das cartas fosse parar nas mãos de Connor Murphy, o aluno mais encrenqueiro da turma.
Quando Connor comete suicídio e sua família encontra a carta de Evan, todos começam a pensar que os dois eram melhores amigos. Sem conseguir explicar a situação, Evan acaba refém de uma grande mentira. Ao mesmo tempo, graças a essa (falsa) amizade, o garoto finalmente se aproxima de Zoe, a menina de seus sonhos, e passa a ser notado no colégio. No fundo, Evan sabe que não está fazendo a coisa certa, mas se está ajudando a família de Connor a superar a perda, que mal pode ter?
Evan agora tem um propósito de vida. Até que a verdade ameaça vir à tona, e ele precisa enfrentar seu maior inimigo: ele mesmo. 




Evan é um adolescente comum. Com uma vida comum. Invisível. 

Não considera que tenha amigos, almoça sozinho na escola todos os dias. Sua mãe trabalha e estuda o tempo todo e seu pai reside com a nova família há alguns milhares de quilômetros. É o primeiro dia de aula e sua ansiedade está no pico. Toma remédios controlados, vai ao psicoterapeuta e está com o braço quebrado após sofrer um acidente em suas férias de verão durante o trabalho em um parque florestal. Ele ama árvores e a natureza, pode falar sobre por horas seguidas. 

Ele é “nerd”. 

Tudo corre bem, apesar dos pesares, no primeiro dia. Pelo até a hora do almoço, onde um adolescente que a escola toda classificaria como problemático, o empurra na fila. O lado bom? A menina que ele gosta falou com ele e, por acaso, é irmã de Connor Murphy, o cara que o empurrou. 

Evan ainda precisa fazer a tarefa que seu terapeuta deu para ele: Escrever uma carta toda semana falando sobre as coisas boas do dia. Porém, ele não esperava que essa carta fosse parar nas mãos de Connor, depois do início de uma conversa que poderia ter levado a uma amizade. 

E esse é o estopim para o início de problemas gigantes que só vão piorando… 

No dia seguinte, nem Connor nem Zoe estão na escola e o motivo vem a tona: o adolescente cometeu suicídio e a única coisa que ele tinha em mãos era a carta direcionada a Evan Hansen… Escrito pelo próprio Evan que Connor havia pego. A família Murphy acredita então que Evan era o melhor amigo e pode ter informações a respeito do filho. 

E Evan, ao invés de esclarecer as coisas, deseja dar conforto à família e leva o engano adiante como uma verdade. Pede ajuda a Jared, o filho de um amigo da família para conselhos e tenta ajudar, embora sua ansiedade e a vontade de dizer a verdade esteja sempre em sua cabeça. 

Cada vez mais ele vai se enrolando em sua mentira. Se ele era invisível, agora todos da escola o cumprimentam por ser “O melhor amigo de Connor”. Foi deixando de lado a medicação por conta própria, se aproxima da família e conta histórias sobre sua amizade. Tudo para o bem da família Murphy, é claro. 

Sua mãe, Heidi, apesar de ausente deseja que o filho interaja mais com os outros, faça amizades, busca para ele opções de bolsas de estudo… Insiste na terapia. Percebe que algo está acontecendo, mas Evan a deixa de fora, culpada na maioria das vezes. 

As coisas só vão piorando e ele consegue deixar ainda pior. Senti uma agonia imensa a uma determinada parte do livro porque pensei: ele não faria isso… Aí ele foi lá e fez. Foi um facepalm enorme enquanto eu lia, queria até parar a leitura de tão estúpido. 

Não sei muito como me senti durante a leitura. Enrolei um pouco para terminar porque não estava funcionando para mim. Não me identifiquei com os personagens que, apesar de bem trabalhados em suas questões, não foram muito marcantes. Acredito que o que ficou mesmo é a questão de nunca faltar com a verdade e esclarecer sempre as coisas, senão tudo vai virando uma bola de neve que fica difícil de resolver. Até mesmo a ideia do suicídio ficou meio de canto no livro. Fala-se em ser invisível, sufocar-se no sofrimento e tal, mas de maneira bastante leviana. 

Também vemos como boas intenções podem acabar se tornando coisas ruins, se não forem feitas diante da verdade. Não existe essa coisa de “mentira branca”, mentiras que usamos para fazer o bem. Se é baseado na mentira, não tem como fazer o bem. E como não houve consequências… Não sei como me sentir a respeito mesmo. 

Vale a leitura? Vale, claro. Mas depende do que você conseguir absorver do que irá ler. Acredito que os temas abordados não foram muito aprofundados e explorados. Foi divertido? Não… Até porque não sei como seria, pois há personagens com complicações humanas profundas, como um bom drama. 

Você já leu esse livro? O que achou? Me conte aí nos comentários, vamos debater!!!

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