Edição: 1
Editora: Paralela
ISBN: 9788565530668
Ano: 2014
Páginas: 192
Tradutor: Flavia Yacubian
Uma carta de amor para o mundo dos livros “Livrarias atraem o tipo certo de gente”. É o que descobre A. J. Fikry, dono de uma pequena livraria em Alice Island. O slogan da sua loja é “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo”. Apesar disso, A. J. se sente sozinho, tudo em sua vida parece ter dado errado. Até que um pacote misterioso aparece na livraria. A entrega inesperada faz A. J. Fikry rever seus objetivos e se perguntar se é possível começar de novo. Aos poucos, A. J. reencontra a felicidade e sua livraria volta a alegrar a pequena Alice Island. Um romance engraçado, delicado e comovente, que lembra a todos por que adoramos ler e por que nos apaixonamos.
O que parecia apenas uma leitura divertida, a princípio, revelou-se uma história muito gostosa e envolvente, com boa dose de drama e mistério, mas sem perder a leveza. A autora Gabrielle Zevin criou personagens empáticos, engraçados e que conquistam, definitivamente, o leitor.
A.J. Fikry é um viúvo solitário, um livreiro ranzinza, dono da única livraria da ilha em que mora. A monotonia de seus dias é preenchida pela saudade da esposa – que movimentava a vida da cidade com eventos literários na livraria -, a preferência pelos livros clássicos e a rabugice com os representantes de editoras. Seu sonho de aposentadoria é a venda do raríssimo livro Tamerlane, que guarda em casa numa redoma com segredo. Até que o livro é roubado e A.J. precisa contar com o dedicado policial Lambiase para resolver o problema.
Um dia, ao voltar da corrida, A.J. Fikry encontra uma garotinha de dois anos abandonada na livraria, com um bilhete da mãe e um pedido irresistível. A partir desse encontro, a pequena Maya vai mudar não só a caótica vida do livreiro, mas também de toda a comunidade da ilha e da endividada Island Books.
Comecei a leitura sem expectativas, o tema é curioso: a vida de um amante de livros que tomou a paixão por profissão. A narrativa é leve, os personagens são bem construídos e todos eles, sem exceção, têm participação importante na trama. Estão ali para contar uma boa história. E que história, caro leitor! Gabrielle Zevin compõe uma atmosfera de aconchego na Island Books, insere segredos, tensão e drama de um jeito sutil, enquanto cativa o leitor com as dificuldades que A.J. enfrenta.
Com várias citações e referências a livros, alguns conhecidos e outros que merecem a verificação, a leitura é um deleite para os apaixonados por literatura. Cada capítulo começa com uma observação de A.J. sobre algum livro ou conto, cujo conteúdo estará nas entrelinhas das páginas seguintes.
“Mas também acho que minha nova reação está relacionada com a necessidade de encontrarmos histórias no momento certo de nossas vidas. Lembre, Maya: as coisas que nos tocam aos vinte não são necessariamente as que nos tocam aos quarenta, e vice-versa. Isso é verdade para livros e para a vida.” (A. J. Fikry, p. 37)
Há uma personagem deliciosamente carismática: Amelia, a doce e estabanada representante da Editora Pterodactyl. Mal recebida por A.J. na primeira visita à loja, aos poucos cresce entre eles o interesse, a saudade e, por fim, a paixão.
Os anos passam, Maya desenvolve um nítido talento literário, a livraria incrementa as vendas e atrai muitos leitores em encontros do Clube do Livro, aumentando a ligação entre esses personagens tão peculiares e queridos – entre si e também com o leitor. Então a autora faz pesar uma vez mais a mão do destino... E comove.
A Vida do Livreiro A.J. Fikryé uma história que celebra o amor pelos livros, numa conversa metalinguística que fala principalmente de encontros, da vida que muda a toda hora e não pede licença. Do quanto precisamos viver intensamente o momento presente (clichê?) e de como nossas ligações afetivas são determinantes. Acredite: ao terminar o livro, leitor, você sentirá uma leveza, um calor na alma.
Livro no Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/388622-a-vida-do-livreiro-aj-fikry
Essa resenha foi escrita por Manuh Hitz, colaboradora do blog.