O maior problema em se ter grandes expectativas sobre algo, é que dificilmente a realidade é como você imaginou.
Quando li “A Passagem” em 2010 fiquei estarrecida em saber que a continuação só seria lançada em 2012/2013, mas não havia nada que eu pudesse fazer além de imaginar milhões de possibilidades e caminhos que o autor poderia tomar na criação da sequencia de um dos melhores livros que já tive o prazer de ler. Quando finalmente recebi “Os Doze”, deixei de lado tudo que estava lendo e caí de cabeça na história.
Cinco anos depois de “A Passagem” voltamos a encontrar nossos velhos amigos, muita coisa aconteceu, e aos poucos somos reapresentados a cada um. Comecei a ler achando que o autor iria conduzir a história de uma forma, mas estava totalmente enganada. Novos personagens são inseridos, novas histórias contadas e mesmo que você acha que nada tem ligação com nada, está completamente enganado. No final, ele consegue amarrar as pontas e nos deixa ainda mais curiosos em relação ao que mais pode acontecer.
Demorei a concluir a leitura deste livro, talvez porque a história não estivesse seguindo o rumo que eu queria, ou porque terminar a leitura significasse esperar até 2014/2015 para ter o desfecho final da série, ou ainda, porque em alguns momentos fiquei confusa com a imensidão de informações jogadas em mim, muitas vezes precisava parar e reler algumas partes para chegar ao entendimento necessário para continuar a leitura.
Justin Cronin é mestre em surpreender o leitor, jamais imaginei um final como aquele, se é que posso chamar de final, ainda temos o terceiro livro pela frente. Terminei a leitura com a sensação desagradável de ter sido enganada, minhas ideias e pretensões caídas por terra. Continuo ansiosa em saber o final reservado a cada personagem, mas aguardarei sem criar expectativas alguma, já aprendi que expectativa demais atrapalha minha leitura.
Vocês notaram que não falei quase nada sobre o enredo? Bem, não vou falar mesmo, esse é o tipo de livro que precisa ser lido, relido e finalmente entendido.
Ainda que esse livro não tenha sido tão bom quanto o primeiro, ele ainda é muito bom, despertou em mim diversos sentimentos diferentes. Em alguns momentos eu ria, em outros chorava. Fiquei de luto por vidas desfeitas e sonhos destruídos, fiquei ansiosa nos momentos de perigo e fechei os olhos para não precisar encarar certas verdades, só por isso, Justin Cronin continua sendo um dos melhores autores que já li.
Sinopse
Em A passagem, doze prisioneiros sentenciados à morte foram usados em um experimento militar que buscava criar o soldado invencível. Mas a experiência deu terrivelmente errado. Um vírus inoculado nas cobaias acabou com qualquer resquício de sua humanidade e elas fugiram, matando ou infectando qualquer um que cruzasse seu caminho. Os infectados se tornavam virais obedientes a seu criador, mais um de seus Muitos. No caos que se formou, a única chance de sobrevivência para a espécie humana eram fortificações altamente protegidas. Assim se formou a Primeira Colônia, um reduto a salvo dos virais, mas isolado do resto do mundo. Noventa e dois anos depois, uma andarilha surgiu às portas da Colônia. Era Amy Harper Bellafonte, a Garota de Lugar Nenhum, aquela que iria liderar um grupo de colonos e... Agora, cinco anos após ter cruzado as Terras Escuras em busca de respostas e salvação, seu grupo está separado. Cada um seguiu seu caminho, mas seus destinos logo voltarão a se cruzar, num embate definitivo contra uma ameaça mortal. Fanning, o Zero, aquele que deu origem ao apocalipse, tem planos para refazer o grupo dos Doze e conta com um aliado poderoso, disposto a qualquer coisa em nome da própria imortalidade. Segundo livro da trilogia A passagem, Os Doze nos faz questionar a mente humana, os avanços científicos e a busca do poder que leva a uma certeza sombria de nossa capacidade para o mal. Mas, acima de tudo, ele reforça nossa esperança em uma humanidade que se adapta, sobrevive e não se rende.
Livro no Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/243126