Edição: 1
Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 9788528616354
Ano: 2013
Páginas: 448Quando Cora e sua irmãzinha, Mimi, são enviadas para a casa da tia-avó, no isolado vilarejo de Bryers Guerdon, não recebem calorosas boas-vindas e ficam desesperadas para voltar para Londres. A vida de tia Ida foi devastada da última vez que duas meninas estiveram em Guerdon Hall, e agora a chegada das sobrinhas-netas desperta um mal que permanecia à espreita havia anos.
Disse meu lord à milady, ao seu cavalo montar: “Cuidado com Long Lankin, que no musgo costuma morar.”
“Deixe todas as portar aferrolhadas e todas as janelas trancadas, cuide para nem um buraco deixar onde um rato possa se esgueirar.”
As portar foram todas aferrolhadas e as janelas todas trancadas, exceto uma janelinha por onde Long Lankin tratou de entrar.
“Onde esta o dono desta casa?”, perguntou Long Lankin. “Viajou para Londres”, respondeu a falsa ama-seca.
“Onde esta o herdeiro da casa?”, Perguntou Long Lankin. “Adormecido no berço”, respondeu a falsa ama-seca.
“Vamos furá-lo, furá-lo todinho com um alfinete, e isso fará com que milady desça para o pequeno acolher.”
Então ele furou, furou o bebê todinho com um alfinete, e a ama-seca segurou a bacia para o sangue recolher.
Como a ama-seca dorme, como a ama-seca descansa. Meu pequenino John, como berra e não se amansa.
“Como me arriscar a no meio da noite descer sem vela acesa e sem fogo a arder?”
“Possuis três mantos prateados mais brilhantes que o sol. Desce, minha formosa milady, apenas com a luz de um só.”
Milady então desceu. Temerosa, o coração na mão. Long Lankin estava a postos, e ela caiu em suas mãos.
Aqui tem sangue na cozinha. Na sala também tem sangue. Nas escadas onde milady caiu também tem sangue.
“Meu senhor; meu senhor, não me culpe. Foi ali que a falsa ama-seca e Lankin mataram milady”
Long Lankin foi pendurado bem alto num cadafalso. E, numa fogueira próxima, queimada a ama-seca falsa.
E assim começa um dos livros mais assustadores que já tive o prazer de ler... @_@
Baseado nessa sinistra música folclórica acima, “A maldição de Long Lankin” nos conta a história de Cora e de sua irmãzinha menor Mimi, que são mandadas pelo pai para morar com sua tia em uma casa velha, cercada por charcos e mato no interior da Inglaterra. Logo na chegada, as meninas se deparam com várias regras estranhas estabelecidas por sua tia: “Nunca deixe sua irmãzinha sozinha, Cora”, “Nunca abra as janelas da casa, nunca!” e “De maneira nenhuma, vá ate a igreja velha que esta no alto da colina”. Isso tudo sem mencionar o fato de que definitivamente, sua tia não as quer lá... Pois é, tenso... Será que existe algo mais assustador por trás da recusa de sua tia em recebê-las?! Que forte aura de medo e superstição é essa que permeia a todos?! Que sinistra ameaça ronda o vilarejo e principalmente a casa da tia das meninas?!
E essa é a premissa inicial de “A maldição de Long Lankin”, o livro que conseguiu me deixar sem dormir durante as duas noites que levei para lê-lo. E tenho de salientar que ele me manteve acordada não só por ser incrível, mas por ter me metido medo mesmoooo... Serio! (pausa para choque coletivo de todos os meus amigos). Nunca havia encontrado um livro que fosse tão delicado e bem escrito como este, mas ao mesmo tempo, tivesse o poder de me fazer dormir com a luz acesa. E como todos os meus amigos podem atestar, eu não sou uma pessoa que se assusta facilmente. o_O
As descrições são muito bem trabalhadas e o mistério vai se criando aos poucos, mantendo o leitor preso ao livro e querendo sempre descobrir o que pode estar à espreita nas próximas páginas. Os capítulos costumam ser curtos e a narrativa é em primeira pessoa e sempre do ponto de vista de um dos 3 personagens principais: Cora, sua tia e Roger (um garoto do vilarejo com quem as irmãs fazem amizade). Quem me conhece sabe que detesto livros em primeira pessoa, mas nesse livro tive de admitir que a escolha da narrativa funcionou de maneira magistral, fazendo o leitor se sentir ainda mais amedrontado por estar presenciando tudo do ponto de vista dos personagens.
O livro é o primeiro trabalho da autora inglesa estreante, Lindsey Barraclough... Que na minha humilde opinião, detonou! Indico a todos que estejam querendo uma história incrível de terror, com um clima mais incrível ainda (ok, parei de falar incrível ¬¬) e nos moldes dos grandes clássicos de terror como: “a volta do parafuso”. O trabalho de edição e tradução ficou bom, não encontrei nenhum erro massss... Tenho dar um pequeno puxão de orelha na editora Bertrand Brasil com relação à capa, que poderia ter ficado bem melhor. Já conversei com vários amigos que relataram terem deixado de comprar o livro porque a capa simplesmente não chamava atenção... Acreditem a capa não faz justiça ao conteúdo, então não julguem esse livro pela capa! Pelo amor de Jesus, Jeová e Buda!