Jamais desfrutei de qualquer leitura do autor Nicholas Sparks e Uma Longa Jornada foi o meu début. Quando iniciei a leitura tive apenas uma reflexão, a escrita do Nicholas era de fato demasiadamente absorvente.
Duas histórias concomitantes vão sendo concebidas com tudo que unicamente um excelente romance pode presentear. O livro tem sua dose de drama e de sobrenatural tornando a leitura bastante agradável. Uma Longa Jornada é relato cativante. Os capítulos são intercalados com a perspectiva dos três protagonistas, o que abrilhanta ainda mais a narrativa, nos ligando a história de vida de cada um deles.
Ira Levinson, um senhor de 91 anos de idade, acabara de sofrer um grave acidente de carro. Ele está ferido e muito debilitado e praticamente se vê sem expectativa de quem alguém o consiga achar vivo no barranco no qual seu carro ficou preso. Sua adorada esposa, Ruth, que morreu há mais de nove anos começa a surgir ficando do seu lado. Pensei que Ira estava ficando louco, mas percebi que o mundo espiritual estava se fazendo presente na história. Pra mim um fato novo, mas a “aparição” de sua amada Ruth lhe renovava as forças e esperanças de Ira. Senti-me privilegiada de estar junto com Ruth e Ira conhecendo particularidades da vida de ambos. Foi marcante acompanhar as lembranças dos dois, desde o momento que se conheceram até o último dia em que estiveram lado a lado, me vi sorrindo várias vezes das brincadeiras espirituosas que ambos tinham e emocionada com as dificuldades que eles enfrentaram.
[...] Gostaria de ter talento para pintar o que sinto por você, porque minhas palavras sempre parecem inadequadas. Imagino usar vermelho para sua paixão e azul-claro para sua bondade; verde-floresta para refletir a profundidade da nossa empatia e amarelo-vivo para nosso persistente otimismo. E ainda me pergunto: a paleta de um artista pode captar tudo que você significou para mim? [...]
Vamos conhecendo também a história de Sophia Danko e Luke Collins. Sophia cursa História da Arte e está em seu último ano de faculdade. Como toda universitária pensa em se formar e arrumar um emprego. Sophia é moça de cidade grande e Luke um lindo fazendeiro que monta touros em rodeios e sem sombra de dúvidas eles não tem nada em comum, mas estão fadados a se conhecerem e se apaixonarem a despeito de suas disparidades. Pude ler com muita expectativa o amor, respeito e cumplicidade surgirem entre os dois, como também os conflitos, medos, inseguranças e por fim um grande segredo que estava por findar o relacionamento de ambos. Luke era compelido mesmo que isso lhe custasse sua vida de auxiliar a sua mãe em salvar a fazenda da família, já que ele se considera o individuo responsável pela mesma está hipotecada.
[...] Quando seus lábios se tocaram, teve uma sensação de descoberta, como a de um explorador que enfim chega a praias distantes que apenas imaginara ou das quais só ouvira falar. Beijou-a de novo e de novo. Quando finalmente se afastou, encostou a testa na dela. Respirou fundo, tentando controlar as emoções, sabendo que não a amava apenas aqui e agora, mas que nunca deixaria de amá-la. [...]
A despeito de Luke e Sophia terem todo o perfil necessário para levar o romance de Nicholas Sparks ao topo dos mais vendidos me vi perdidamente tomada por Ira Levinson... (me julguem, mas ele era simplesmente adorável).
[...] Entendo que o amor e a tragédia andam de mãos dadas, porque não podem existir sozinhos, mas ainda assim me pergunto se a troca é justa. [...]
Não quero escrever mais nada, pois está faltando pouco para eu falar o final da história, só posso adiantar a vocês que é um final até previsível, mas não deixa de ser marcante e infinitamente lindo.
A capa definitivamente não me agradou, sei que é a capa do filme e tal, mas a mulher em nada se parece com a Sophia, enfim... Não me parece em nada fiel a história. Quanto à diagramação achei ótima e a fonte agradável de ler. Recomendo a leitura a todos e estou ansiosa de ler novos títulos desse tão aclamado autor.