Bem, bem, sabem que costumamos falar sobre autores nacionais aqui no blog, né?
Então, estou retomando isso! Se você é um autor nacional que precisa de uma ajudinha propagandária (eu sei que essa palavra não existe, mas não consegui pensar em nenhuma outra, sorry gente!), mande um e-mail para asmeninasqueleemlivros@gmail.com com infos sobre seu livro e sobre você.
Falaremos gratuitamente sobre você e sua obra, ok? Se quiser nos enviar uma cópia do seu livro, só dizer também no e-mail que o resenharemos com muito prazer! Pode ser físico ou e-book, como achar melhor!
E o livro de hoje é:
Autor: L. S. Moreira
Editora: Giostri Editora
Ano: 2015
Sinopse: O encontro entre a jovem publicitária Renata e Thymos, bastardo de um deus esquecido, inicia uma série de eventos capazes de alterar drasticamente o rumo de um conflito que já dura séculos e reaver os fragmentos de uma guerra há muito perdida no coração de Alexandria, cujas consequências podem determinar a sobrevivência da humanidade… ou o seu fim.
Sou meio suspeita para falar da qualidade da leitura, ou do autor, porque ele narrou RPG pra mim. Como narrador, ele é excelente. Então creio que o livro manterá (ou será ainda melhor) que o jogo narrador.
Pedi a ele algumas palavras sobre ele e, como era de esperar, ele não me decepcionou:
Meu nome é Lennon Santos Moreira, tenho 29 anos, moro em Manaus/AM desde que nasci e sou apelidado como Non na maior parte dos lugares que frequento, inclusive em ambientes online.
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Não sabem o custo que foi conseguir essa foto... |
Há uma curiosidade sobre ter optado por ter o último sobrenome como núcleo do nome de autor (L. S. Moreira) e se deve a uma narrativa oriental que conheci uma vez. Moreira se refere às amoreiras, os pés de amora, e segundo o que se sabe todos esses sobrenomes derivados de árvores se espalharam com o advento com os judeus em Portugal incorporados como cristãos-novos, mas o que me fisgou no sobrenome é o fato de que amoreiras são a alimentação exclusiva dos bichos-da-seda, em cuja lenda de origem consta que um homem havia sido raptado e, após um ano sem notícias suas, sua esposa prometeu a filha em matrimônio àquele que o encontrasse e o trouxesse. Ocorreu que o cavalo da fazenda ouviu essa promessa e, após escapar do estábulo, encontrou e trouxe seu dono na garupa. Claro que o homem não casaria sua filha com o cavalo e mandou matar e esfolar o animal, cuja pele fora posta para secar, porém quando a moça em determinado dia passou perto da pele, esta se soltou, envolveu-a e levou-a para longe (eu não imagino exatamente a cena). Dias depois os dois foram achados pendurados em um galho de amoreira, transformados em um animal que teria a cabeça similar à de um cavalo e a pula similar à de uma boneca, feminina, envolta em um casulo. A divindade suprema da mitologia chinesa teria levado a moça para o céu para ser uma de suas esposas e assim havia criado o bicho-da-seda. Como existe uma relação muito forte entre o ato de tecer e o de escrever, traçar e conectar histórias, achei o máximo manter Moreira como nome principal. Até mesmo o nome chinês para a amoreira, sang, tem a característica interessante de ter o mesmo som também em outro ideograma, com o significado "lamúria", ou "lamento".
Estudei Letras durante um tempo, Língua Portuguesa mesmo, e depois tive a ideia desvairada de não me limitar a uma área só e deixar de ser o zero à esquerda em Exatas, o que me levou a ser técnico em Químico e até exercer por dois anos a profissão, quando passei em Direito na UFAM - o que atualmente curso - e entrei de vez no universo dos textões e das mazelas sociais.
Como hobbies normalmente jogo, escrevo ou gasto tempo em alguma crise existencial das quais sempre tento tirar alguma coisa útil. Pena que nem sempre funciona.
Não gosto de multidões e sou introspectivo demais para apreciar grupos como deveria, embora ninguém queira me ver já habituado a um ambiente ou pessoa, porque então desembesto a falar sobre tudo como todo geminiano sem cabresto. É terrível.
Escrever, para mim, é uma montanha russa. Comecei, por exemplo, escrevendo apenas verso. Tive um trauma terrível quando participei de um concurso de poemas e cheguei lá com minha narrativa em verso com quase uma centena de decassílabos bem organizados e perdi para um poema livre cujo foco era a comédia e o tema era fumar baseado. Desde esse dia prometi a mim mesmo nunca mais escrever poema, juro (e um dia descumprirei isso também), foi quando comecei a me aventurar em prosa, atividade que varia em experiências muito exteriores e soltas, caso de Espelho dos Deuses e suas sequências em produção, as quais sempre me exigem bastante empenho em pesquisa e organização; mas também em momentos muito íntimos como os de meu projeto atual de romances mais curtos e mais próximos do cotidiano, com uma dose de fatalismo e quase relacionados a personalidades e experiências que indiretamente tive. Pretendo que seja algo muito bonito e pessoal, e o trabalho para acertar o tom tem sido bem edificante.
Creio que me prolonguei, mas esse é L. S. Moreira, às vezes um pouco mais ou um pouco menos.
Em breve, teremos resenha de seu livro aqui no blog, não percam! Conhecendo o Non, esse livro promete! ;)