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{Resenha} A Lenda de Materyalis - As Crônicas de Aliank #1

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Autor: Saymon César
Editora: Talentos da Literatura Brasileira
Ano: 2016
Sinopse: No princípio dos tempos, as sociedades de Hedoron acreditavam nos mandamentos dos servos de Materyalis, suposto deus criador do Universo e da vida. A lenda diz que a divindade se angustiou ao observar os atos corruptíveis das suas criaturas e atribuiu a si toda a culpa da imperfeição dos povos. Sua consciência atordoada separou sua essência em duas entidades, criadoras de ideologias extremistas que dividiram a crença das sociedades. Assim nasceu a materja, a guerra que visa a consolidação de uma verdade entre todas as raças. Avessa ao propósito da contenda milenar, surge uma sociedade secreta, que busca o único artefato capaz de desvendar o que realmente foi Materyalis e, assim, livrar os povos da dúvida que os condenou aos intermináveis confrontos. Mas, para chegar ao objetivo, é necessário usar a misteriosa aptidão de cinco indivíduos habitantes de Aliank, um reino dominado por contradições que podem apressar a ruína do mundo antes que a verdade sobre Materyalis seja revelada.

“Por isso, buscai a sapiência cabal usando este impulso inspirador para que sejais iluminados como Venir, e trazei toda a verdade sobre a nossa origem à tona. Fostes escolhidos pela sabedoria em deixar de lado vossas antigas ideologias construídas a partir da lenda de Materyalis, e estou feliz por encontrar seres que buscam livrar os pensamentos das tantas ideias que existem mundo afora. Creio que sentis o mesmo por terdes alcançado essa libertação.”

Tentei ler o livro como se nunca tivesse tido contato com o RPG – e tive sucesso, pois muitas coisas mudaram desde o início e fiquei muito feliz com as explicações que aparecem desde o começo da estória conforme os termos vão surgindo.

Tem início com explicações: uma pessoa deixa tarefa para outras. Como... Um mestre que deixa seu trabalho para a próxima geração, que vai para a próxima geração continuar seguindo, em busca de um artefato que pode mudar a entidade máxima para seu estado original.

Vamos entender que Hedoron é o mundo físico (seria a realidade em que vivemos agora). No A Lenda de Materyalis, não existem apenas os humanos: elfos, artanins (assimilados aos anjos), minotauros, elfos com asas, pessoas que viram ursos (majuros)! Então tem raça para todos os gostos. Algumas delas, no início, foram criadas com objetivos bem específicos, mas a dúvida ao ser pertence. Com as angústias acometendo as criações, algo impossível aconteceu.

Vamos lá: Materyalis era uma entidade única. Observando que suas criações eram imperfeitas, dividiu-se em dois: Materyon, o deus bonzinho e Marilis, o deus malvado. Há criaturas que seguem Marilis, há criaturas que seguem Materyon e há aqueles que não segue nenhum mas seguem outros... E há aqueles que acreditam que os dois devem unir-se novamente.

O livro é contado em terceira pessoa, com um elfo observando todos os acontecimentos durante três noites. Sua tarefa é a de um historiador: observar o que acontece e anotar para aquele que vier. Ele não está nos lugares, no entanto: as visões vêm através de um objeto que está intimamente ligado aos seres que possibilitarão encontrar o Sinkra, um artefato poderoso que tem a capacidade de mudar o mundo como se conhece.

O sinkorbe funciona apenas sob circunstâncias muito especiais e o livro 1 das Crônicas de Aliank nos conta a história dos Teryonistas, seres que seguem a crença em Materyon (a benevolência) no reino de Aliank. Os seres que ali vivem foram aterrorizados no passado por um dragão e o rei Berong auxiliou em sua contenção. Por não desejar que ideologias estranhas cresçam em seu reino, instaurou uma inquisição.

Após relatos de majuros ensandecidos no norte do reino, decide encaminhar para lá dois de seus melhores guerreiros grakan (den – habilidade – de implantar energia em suas armas de escolha, por exemplo): Lady Liliel e Lord Sarlakros. Os dois não poderiam ser mais diferentes: ela, uma elfa racional que pensa antes de atacar. Ele, não pensa antes de atacar e vê prazer na dor que causa.

A situação é estranha, pois a floresta possui uma guardiã recém-eleita: Dotter Manen, uma majuro que consegue resistir a maldição que existe no local. Então claro, as suspeitas recaem sobre a moça.



Para não irem sozinhos, o rei ordena que dois elorkan (hmmm algo como elementalistas, conseguem conjurar elementos naturais e utilizá-los) acompanhem Liliel e Sarlakros. Estão são Morhariel e Hirlun, ambos podem usar o fogo, sendo que o primeiro é um humano e o segundo um elfo do céu: possui asas (os elfos alados entravam em contato com o artanins e levavam a palavra de Materyalis ao mundo). 

Acompanhamos todos eles em suas aventuras junto com o elfo que anota os acontecimentos, analisando com ele suas suposições: quem são essas criaturas, quais suas intenções... Suas suspeitas a respeito de traições e de verdadeiros seguidores da fé, para saber quais deles seriam utilizáveis em sua causa. Gostei bastante desse modo de escrita, afinal é uma ajuda e tanto para aqueles que estão tendo o primeiro contato com a mitologia criada por Saymon César.

A trama deste primeiro livro nos apresentou as ferramentas de algumas das ideologias para conquistar mais espaço no mundo, através de personagens criados pelos jogadores do RPG como personagens principais.

Gostei muito do primeiro livro, muito bem escrito com frases bem construídas e nem dá para notar que foram escritas através de uma aventura de RPG!

Se você quiser conhecer mais sobre, acesse o site A lenda de Materyalis https://www.materyalis.com

Para saber mais sobre a lenda criada e a evolução do mundo, clique aqui: 

Para conhecer o Projeto Literário Interativo e saber como fazer parte: https://www.materyalis.com/br/participe



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