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A Entrega - Dennis Lehane

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Autor: Dennis Lehane
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2015
Sinopse: Bob é um bartender solitário e desiludido, que passa os dias tentando encontrar razões para continuar vivo. Dois dias depois do Natal, seu marasmo existencial é interrompido por um barulho. Do lado de fora do bar e dentro de uma lata de lixo, um latido abafado chama sua atenção. Trata-se de um filhote de cachorro, um animal machucado e maltratado que mudará para sempre a sua vida. Nessa mesma noite, ele conhece Nadia, uma garota sofrida que vive na pele a dura realidade de Boston. E, como ele, também busca algo em que acreditar.
Unidos pelo desejo de resgatar o cachorro, Bob e Nadia estreitam seus laços. Quando as coisas parecem ter tomado um rumo – algo inédito aos dois – , o destino se encarrega de sabotar o futuro. De repente, eles estarão imersos em um jogo sujo, que envolve a máfia chechena, um perigoso assassino, dois trambiqueiros profissionais, um policial extremamente curioso e o próprio dono do cachorro, que quer seu filhote de volta. Em A entrega, Dennis Lehane volta às ruas de Boston num explosivo enredo de morte e traição.

Resenha:

Dennis Lehane é um dos meus autores favoritos, e não precisou de muito pra me conquistar. Meu primeiro contato foi com o livro Sobre Meninos e Lobos, há mais de dez anos atrás (ainda quero ler novamente), e após muitos anos, comprei A Ilha do Medo, que já tinha assistido e adorado o filme. Aliás, Sobre Meninos e Lobos também foi adaptado para um filme fantástico, e me parece que A Entrega também já ganhou as telonas.

Apesar de só ter lido esses dois livros, o autor já virou um dos meus preferidos, talvez por ser um dos maiores do gênero policial, que é o que mais gosto de ler. Mesmo assim, A Entrega, na minha opinião, deixou um pouco a desejar. Não sei se pela quantidade de páginas (o livro possui apenas 178 páginas) ou porque a história não me prendeu o suficiente, mas digamos que eu esperava mais (o que não significa de forma alguma que seja um livro ruim).

Bob trabalhava como bartender no bar de Cousin Marv, já há uns vinte anos. Tinha um temperamento solitário e guardava um segredo de seu passado a sete chaves. “Um bom sujeito, mas tão tímido que muitas vezes não se podia ouvir o que ele estava dizendo, então as pessoas desistiam, faziam-lhe um polido aceno de cabeça e voltavam-se para outra pessoa.”

Certa noite, voltando para casa, Bob ouviu um barulho estranho e encontrou dentro de um latão de lixo um filhote muito pequeno, quase morto. Nadia, ao ver a cena de um estranho revirando seu lixo, gritou para ele, que explicou a situação e ali estabeleceram uma relação de confiança, já que Bob frequentava a paróquia de São Domingos e era conhecido do Padre Pete.

Nadia era loira, com o rosto oval, e tinha uma comprida e nodosa cicatriz vermelha na garganta. Eles usaram a pia da casa dela para lavar o cachorro e perceberam que suas feridas indicavam que ele havia sido espancado. Bob concordou em ficar com o cachorro, desde que pudesse busca-lo no domingo e Nadia ficou com ele até então. A presença e a companhia do cachorro fizeram com que Bob se sentisse feliz, mesmo com toda a bagunça e sujeira que ele fazia.

Cousin Marv, que apesar de ser chamado assim por todos era realmente primo de Bob, liderara um bando nos anos 80, composto por caras que se interessavam por agiotagem. Agora ele era um receptador de objetos roubados e cuidava de seu bar, que há anos já pertencia aos chechenos.

O detetive Torres trabalhava na Divisão de Furtos, após ter sido rebaixado da Divisão de Homicídios. Torres então decidiu investigar Cousin Marv e os chechenos, após um assalto ao bar em circunstâncias que ele considerou suspeitas.  

O último personagem de relevância para a história aqui é Eric Deeds, que aparece dizendo ser o dono do cachorro encontrado por Bob, além de levar os créditos pelo desaparecimento e morte de Richie Whalen, antigo frequentador do bar. Eric queria seu cachorro de volta, porém achou melhor chantagear Bob, ameaçando a vida de Nadia, caso ele não lhe desse dinheiro.

E quem investigou o desaparecimento de Richie Whalen dez anos antes e não conseguiu absolutamente nada? Isso mesmo, o Detetive Torres, que carrega essa frustração e vê uma oportunidade de encontrar novas pistas e resolver o caso, durante as investigações com Bob e Cousin Marv.

Os personagens interagem e se conectam de formas diversas, bem naquele esquema de “não confie em ninguém”. Cada um deles tem seus segredos e suas angústias, as quais o autor explora muito bem, e o enredo segue intercalando as ações e histórias pregressas deles, explicando assim como cada um chegou nesse momento.


A história me pareceu um pouco boba no começo, mas melhorou quando se aproximou do final. Como sempre, cheia de mistérios a serem resolvidos, revelações inesperadas, e disso Dennis Lehane entende, e muito bem. A escrita do autor é emocionante, instigante, e sempre deixa um gostinho de quero mais. E dos livros dele, quero sempre mais...



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