Autor: Rosana Rios
Editora: Farol Literário
Ano: 2016
Sinopse: Na cidade alemã de Kassel, em 1810, um modesto pesquisador do folclore imagina por que seu irmão e seu primo voltaram perturbados da visita a uma família amiga, quando a mãe de um dos presentes narrou a todos um estranho fato que lhe acontecera na juventude. Aquela deveria ser apenas uma narrativa folclórica, conhecida como Rotkäppchen. Mas Erich, o primo deles, não consegue esquecer os olhos brilhantes da mulher; ela jura ter sido a menina que, há muito tempo, ao sair para visitar a avó, encontrou uma fera na floresta... e sobreviveu.
No sul do Brasil, nos dias de hoje, uma série de crimes inexplicáveis levarão a agente especial Natália, da Polícia Federal, a uma investigação com fotografias macabras de pessoas em cemitérios e à caça de um assassino serial. Ela precisa de ajuda mas não consegue encontrar seu colega Hector, que partiu numa viagem misteriosa. E, conforme as fases da lua se sucedem, mais mortes acontecem, e a agente terá sua atenção levada a fatos ocorridos antes e depois da Segunda Guerra Mundial; a pesquisas incomuns sobre o sangue humano, feitas na Hungria; e a criaturas que apresentam um estranho brilho na íris, o que lhes dá uma aparência animal, lupina. OLHOS DE LOBO.
Resenha:
Rosana Rios retorna com alguns dos principais personagens de Sangue de Lobo para um novo mistério, dessa vez situado no Rio Grande do Sul, envolvendo uma série de assassinatos, nazismo, contos de fadas, e é claro, lobisomens!
Durante o processo de edição do livro, tivemos a honra de poder votar para escolher entre três capas. A vencedora é a que estampa nossa resenha, mas todas as três estavam lindas. Qual você escolheria?
Começamos Olhos de Lobo com a relação entre Hector e Ana Cristina. Eles se casaram e ela está esperando um bebê. Porém, o casamento não vai muito bem, visto que Hector era contra a ideia de Ana Cristina engravidar, temendo que um filho pudesse nascer com o Fator L, ou até mesmo suscetível à transformação em lobisomem, o que ele considerava uma maldição. Após o tratamento com o Dr. Lazlo Mólnar, Hector não mais se transforma, ou pelo menos até agora.
Já no início também conhecemos William, o culpado pela maldição que Hector sofre. O lobo que transformou sua mãe, Leonor Wolfstein, e que fez com que seu pai tivesse que matá-la quando ela atacou o próprio filho, passando então para ele o Fator L e a licantropia. Hector passou anos de sua vida caçando William, e apesar de vários confrontos ao redor do mundo, nunca o derrotou.
Mas quais motivos levaram William a atacar Leonor? Será que ele tinha a intenção de matá-la ou de transformá-la em uma criatura como ele? Quais as consequências desse confronto que acabou vitimando a mulher a quem William amava?
Natália, agora trabalhando na Polícia Federal, está noiva de Monteiro, que tornou-se delegado de Passa Quatro. Ela foi para Porto Alegre investigar os misteriosos assassinatos, ou melhor, execuções, que estavam alarmando a cidade.
Todas as vítimas haviam sido executadas por projéteis revestidos com uma fina camada de prata, e todas indicavam um corte, já cicatrizado, no lóbulo da orelha. Com essa informação, Natalia começa a imaginar se seria possível que todas as vítimas fossem lobisomens, mesmo acreditando ter deixado essas criaturas no passado, lá em Minas Gerais.
Mas quais motivos levaram William a atacar Leonor? Será que ele tinha a intenção de matá-la ou de transformá-la em uma criatura como ele? Quais as consequências desse confronto que acabou vitimando a mulher a quem William amava?
Natália, agora trabalhando na Polícia Federal, está noiva de Monteiro, que tornou-se delegado de Passa Quatro. Ela foi para Porto Alegre investigar os misteriosos assassinatos, ou melhor, execuções, que estavam alarmando a cidade.
Todas as vítimas haviam sido executadas por projéteis revestidos com uma fina camada de prata, e todas indicavam um corte, já cicatrizado, no lóbulo da orelha. Com essa informação, Natalia começa a imaginar se seria possível que todas as vítimas fossem lobisomens, mesmo acreditando ter deixado essas criaturas no passado, lá em Minas Gerais.
“Vítimas da licantropia portavam no sangue o Fator L, como ele chamava os corpúsculos presentes no plasma. Isso não apenas proporcionava a transformação lupina durante a lua cheia, mas ampliava a ação dos glóbulos brancos e das plaquetas, dando aos chamados lobisomens um poder de reconstituição de tecidos feridos e rápida cicatrização...”
O livro alterna seus capítulos entre tempo atual e a Alemanha nazista, os experimentos com os prisioneiros envolvendo o Fator L e uma possível vida eterna, e também contando a história dos famosos Irmãos Grimm e o processo de escrita de seus contos de fadas, além de nos apresentar uma versão meio macabra de um dos seus contos mais famosos, Chapeuzinho Vermelho.
E se a Chapeuzinho fosse um lobisomem? E se ela tivesse um irmão gêmeo que também fosse um lobisomem? Quem realmente seria o famoso Lobo Mau? E se os Irmãos Grimm apenas tivessem decidido contar uma outra versão da história, diferente da que realmente aconteceu, para poupar as crianças de pesadelos piores ainda? Confesso que cada página sobre a história de Chapeuzinho me fez ficar de queixo caído e olhos arregalados, esperando decifrar como ela se encaixa no contexto gaúcho dos dias atuais. E quando finalmente tudo se revela, cheguei a sentir o coração saindo pela boca.
E se a Chapeuzinho fosse um lobisomem? E se ela tivesse um irmão gêmeo que também fosse um lobisomem? Quem realmente seria o famoso Lobo Mau? E se os Irmãos Grimm apenas tivessem decidido contar uma outra versão da história, diferente da que realmente aconteceu, para poupar as crianças de pesadelos piores ainda? Confesso que cada página sobre a história de Chapeuzinho me fez ficar de queixo caído e olhos arregalados, esperando decifrar como ela se encaixa no contexto gaúcho dos dias atuais. E quando finalmente tudo se revela, cheguei a sentir o coração saindo pela boca.
“Se como lobo não podia vencê-la, iria fazê-lo como homem.
Seria um caçador. Porém não caçaria animais nas florestas, muito menos pessoas. Caçaria os licantropos, os escravos da lua. Mataria sem culpa. E, como ela fizera havia tantas décadas, ao marcá-lo como o mais frágil do rebanho, ele agora a marcaria como alvo.
A loba.
A mulher.
A menina do capuz vermelho.”
Rosana Rios consegue prender nossa atenção do começo ao fim, quando ficamos tentando desvendar quem é mocinho e quem é vilão, e a troca desses papéis nos faz ter sérios problemas de confiança! A autora escreve de uma forma tão instigante, sua história é tão movimentada, que nos surpreendemos o tempo todo, até com as menores revelações.
Olhos de Lobo, assim como seu antecessor, Sangue de Lobo, é daqueles livros dos quais sempre nos lembraremos, e sempre esperaremos por mais uma continuação.
Olhos de Lobo, assim como seu antecessor, Sangue de Lobo, é daqueles livros dos quais sempre nos lembraremos, e sempre esperaremos por mais uma continuação.