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{Resenha} Depois da Última Dança

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Autor: Sarra Manning
Editora: Suma de Letras
Ano: 2016
Sinopse: Estação de King’s Cross, 1943. Rose chega a Londres querendo se entregar a uma vida de romance, glamour e dança, e para isso ela escolhe o Rainbow Corner, o mais famoso salão de dança da cidade. Enquanto a Segunda Guerra Mundial entra em seu momento final, Rose se apaixona perdidamente por um piloto, mas terá que lidar com as reviravoltas do destino antes que a guerra chegue ao fim.
Las Vegas, dias atuais. Uma linda mulher vestida de noiva entra em um bar procurando alguém para se casar com ela. Quando Leo assume o papel e diz “sim”, ele não tem nenhuma ideia da situação em que está se metendo. Quem será Jane, a mulher misteriosa?Quando Jane e Rose, agora uma senhora de idade, se conhecem, a fagulha da discórdia se acende. Mas acontecimentos que elas não podem controlar fazem com que o tempo se torne um bem muito precioso. Será que as duas conseguirão apagar os fantasmas do passado e encontrar a paz no futuro?Depois da última dançaconta a extraordinária história dessas duas mulheres, separadas pelo tempo, mas ligadas pelo destino. Um romance que fará com que você acredite no poder do amor.

Resenha:

Confesso ter tido dificuldades para terminar esse livro. Não por estar achando ruim, não por não gostar da escrita ou da história. Mas quem está acostumado com as minhas resenhas por aqui, sabe que não sou lá muito adepta de romancinhos e histórias de amor. Parece que travo, e demoro para chegar ao final.

Enquanto lia o livro, comecei a pensar no quanto nosso passado, nossa história pregressa, influencia e dita as nossas atitudes futuras. E a cada vez que vejo essas situações, penso no quanto vivemos de “e se...”. Porém não podemos voltar ao passado, não podemos mudar o que já aconteceu, e mesmo que pudéssemos, deixaríamos de aprender algo, de sobreviver a algo, que pode definir realmente o que somos.

Duas histórias diferentes, duas épocas diferentes, que acabam se cruzando da forma mais improvável possível!

Rose fugiu da casa dos pais, ainda adolescente, em plena Segunda Guerra Mundial, para tentar a vida em Londres. Fez amigos, trabalhava durante o dia, e se divertia durante a noite no Rainbow Corner, salão de dança que recebia os soldados de passagem pela cidade. Conheceu o primeiro amor, a primeira decepção, e aquele segundo amor que cura todas as dores que o primeiro causou. Sofreu perdas irreparáveis na Guerra, e ajudou a abrigar refugiados de outros países.

Jane é apresentada já no tempo presente, deixando seu passado para ir se revelando aos poucos, conforme a história toma forma. Seu sonho era se casar até os 27 anos (e eu aqui chegando nos 28 ainda este ano), com alguém que lhe desse extremo conforto financeiro. Porém, aparece em um bar, vestida de noiva, onde conhece Leo.

Leo era um pintor frustrado, que não conseguia terminar nada que começava na vida. Tinha envolvimento com drogas, inclusive já tendo passado por uma overdose e um processo de reabilitação (que não pareceu surtir tanto efeito assim).

Quando Jane e Leo se encontram, ela lhe conta sua história recente, que havia sido abandonada no altar, e em breve faria 27, acabando com seu sonho de se casar antes desta idade. E assim os dois se casam em Las Vegas, sem ao menos se conhecerem por mais do que algumas horas.

“Quando ela lhe sorriu, não era porque aquilo era uma grande piada, uma noite louca em Las Vegas com a qual ele iria cansar as pessoas pelas próximas décadas, mas porque, naquele momento, naquele gazebo de bom gosto, eles se entendiam. Duas pessoas feridas à procura de algum conforto, algum tipo de distração, e que tinham encontrado uma à outra.”

E aí vocês se perguntam, mas o que Rose tem a ver com essa história desses dois doidos? Ocorre que Rose era uma tia-avó de Leo, de quem ele havia se afastado há aproximadamente dez anos. Porém, chega a notícia de que Rose está com câncer e não tem muito tempo de vida, e ele convence sua esposa desconhecida a viajar com ele para Londres, para ajudá-lo a fingir para a família que ele não é mais aquele garoto inconsequente e que conquistou algo na vida.

Jane não tem para onde ir, por isso aceita a proposta de Leo, mesmo sem ter nada a ganhar com isso. Ou pelo menos é o que ela pensava, pois quando chegaram em Londres, Rose descobriu que a família de Leo tinha muito dinheiro, e que talvez ele fosse um dos herdeiros de Rose, caso ela o perdoasse e o colocasse em seu testamento. A princípio, Jane planeja ajudar Leo com seus problemas familiares, e pedir o divórcio após ele ter recebido a herança.

O casal aprende no dia a dia o real significado do amor e do perdão. Leo amadurece, deixa de lado seus vícios, e passa a realmente se esforçar para ser uma pessoa melhor e conseguir ser perdoado pela tia. Vendo isso, Jane o encoraja, e mesmo achando que não é merecedora do cara que ele se tornou, ela continua ao seu lado, e também ao lado de Rose, mesmo podendo partir a qualquer momento.

“Às vezes, o que você acha que quer não chega nem perto do que você de fato precisa.”


Cada personagem dessa história passou por sofrimentos tão intensos, dores tão profundas, que chegaram a me angustiar em alguns momentos. E olha que alguns mistérios só são revelados bem no final do livro. Dessa forma, posso dizer que não se trata “apenas” de uma história de amor, mas também de sofrimento, de perdão e aprendizado. Apesar da minha resistência, é um livro de uma sensibilidade sem tamanho, super recomendo!! 

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