
Título: O Menino no Alto da Montanha
Autor: John Boyne
Editora: Seguinte
Sinopse: Quando fica órfão, Pierrot é obrigado a deixar sua casa em Paris para recomeçar a vida com sua tia Beatrix, governanta de uma mansão no alto das montanhas alemãs.
Porém, essa não é uma época qualquer: estamos em 1936, e a Segunda Guerra Mundial se aproxima. E essa não é uma casa qualquer: seu dono é Adolf Hitler.
Logo Pierrot se torna um dos protegidos do Führer e se junta à Juventude Alemã. Mas o novo mundo que se abre ao garoto fica cada vez mais perigoso, repleto de medo, segredos e traição - e talvez ele nunca consiga escapar.
"Não finja que não sabia o que estava acontecendo aqui - Disse Herta - Você olhos, tem orelhas. E esteve naquele escritório inúmeras vezes, tomando notas. Você ouviu tudo. Sabia de tudo. E também sabe das coisas pelas quais foi responsável. [...] Mas jamais convença a si mesmo de que não sabia. - Ela soltou o rosto dele. - Seria o pior crime de todos."( Página 205 )
Li rapidamente esse livro, em um dia para ser precisa. Devo dizer que é um dos mais impressionantes que li do autor.
Bom, narrado em terceira pessoa, o livro nos apresenta Pierrot, um menino de cinco anos, filho de uma francesa com um alemão. O tempo do livro é logo após a Primeira Grande Guerra, foi como se eu tivesse lido uma continuação de “Fique Onde Está e Então Corra”, pois muitas coisas abordadas nessa outra história foram faladas.
O pai de Pierrot não ficou bem no pós guerra, fato que acabou o fazendo ser expulso de casa, mais tarde morre terrivelmente.
Vivendo com a mãe, o menino costumava conversar com seu amigo, Anshel, que nascerá semanas mais tarde a Pierrot. Percebendo pelo nome, Anshel era judeu, surdo e queria ser escritor.
Os amigos tinham linguagem própria que haviam criado, chamavam-se de cão e raposa. Anshel a raposa, por ser inteligente, Pierrot o cachorro, por ser fiel e bondoso.
Mas as circunstâncias mudam para Pierrot quando sua mãe também falece, apesar de a mãe de Anshel tê-lo recolhido, não possuía condições de cuidar dele, mandando-o então para um orfanato.
Após alguns meses no orfanato, vai a casa no alta na montanha, onde sua tia, Beatrix, mora. E como a sinopse disse, a casa de férias de Hitler – acho que isso não devia estar na sinopse, por ser um fato surpreendente.
Então sim, posso dizer que a história começa. Forçado a mudar o nome e a esquecer a vida anterior, Pierrot, que se torna Pieter, convive com soldados e com Fuhrer em pessoa. O mais surpreendente: o líder nazista adora o menino.
Acompanhamos a mudança do menino com o passar dos anos, como o poder muda sua personalidade e como o leitor passa a odiar as escolhas do personagem.
Com características marcantes e emocionantes,“O Menino no Alto da Montanha”, vem a ser, na minha opinião, um dos melhores e surpreendentes romances desse autor.