Criador: Charlie Brooker.
Temporadas: 3
Sinopse: Trata-se de uma série de ficção especulativa que expõe, por vezes de forma sombria, o futuro dos seres humanos no tocante às nossas tecnologias atuais e força uma reflexão sobre como nossa realidade pode tornar-se absurdamente caótica por conta dessas mesmas tecnologias.
ATENÇÃO: Contém spoilers (revelações sobre o enredo) referentes à série em questão. Se você ainda não assistiu, prossiga por sua conta e risco.
Resenha
Oi gente! Bem vindos à última resenha dO Menino Que Vê Filmes deste ano (espaço pra vc colocar um adjetivo) de 2016! Um ano marcado por grandes tragédias, turbulências políticas (no nosso caso aqui) e muitas, mas muitas perdas no mundo artístico. Como esse ano foi pra você? Pra mim, 2016 ficará marcado pra sempre e principalmente como o ano em que eu venci o câncer. De forma geral, se você chegou vivo e saudável até o dia de hoje, considere-se um sobrevivente.
Mas nem tudo é tristeza! 2016 foi também um ano de grandes filmes e séries. Foram tantos e tantas que o “menino” aqui nem teve tempo de acompanhar tudo. Uma das séries de destaque desse ano foi BLACK MIRROR, disponibilizada lindamente pela minha queridíssima e maravilhosa Netflix! Embora a série tenha seu primeiro episódio datado nos idos de 2011, produzido para o canal britânico Endemol, somente agora parece ter caído no gosto dos brasileiros. Sou suspeitíssimo pra falar, já que assisti às 3 temporadas basicamente “numa sentada”, de tão viciante que é.
Mas do que trata BLACK MIRROR? O que faz desta série especial? Bom, pra começar, tudo. Quero dizer, estamos falando de uma série de TV britânica. No ramo da produção de filmes e séries os norte americanos lideram, certo? Nem sempre. Esses britânicos, quando se metem a produzir algo de qualidade, seja para a TV, seja para o cinema, dão baile no pessoal do Tio Sam. Quer exemplo melhor do que Game Of Thrones? Aliás, Pri, prometo que 2017 sai resenha de GOT, tá? Não esqueci do seu pedido ;-)

Mas, voltando ao assunto, você já parou pra pensar sobre os rumos que a nossa vida está tomando, especialmente no que toca à nossa condição de animais sociais? Não é difícil! Basta se questionar sobre algumas coisas básicas, como quantas vezes você saca o smartphone do bolso para checar as suas redes sociais? Qual a relevância de uma “curtida” pra você? Parece exagero temer o que estar por vir? Então vamos avançar alguns poucos passos no futuro e fazer a seguinte pergunta: É plausível que, um dia, as operadoras de crédito analisem o número de curtidas e avaliações positivas nos seu perfis como diferenciais na hora de conseguir um empréstimo ou um financiamento junto ao banco? E mais: E se a instituição financeira em questão analisasse o quão bem avaliadas são as pessoas que te avaliam? Outra: Você consegue imaginar um futuro onde o sistema penal basei-se em castigar criminosos fazendo-os reviver, todos os dias, seus crimes sob a ótica da vítima, tudo isso graças a um simples implante cerebral? Está suficientemente assustado? Pois bem. Esse é o objetivo de BLACK MIRROR.
Ora, o próprio nome da série (Espelho Negro) faz referência a um monitor, seja de um computador ou de um Smartphone. De certa forma, o autor da série enxerga a tecnologia como uma droga, tão viciante e nociva quanto qualquer outra. E não é que ele tem razão?
Formato
BLACK MIRROR tem episódios aleatórios. Cada estória tem um elenco, uma ambientação e até mesmo uma realidade diferente. Dessa forma, não há sequência entre os episódios, de modo que tanto faz por qual episódio começar, não fará diferença.Episódios e EPISÓDIOS
Diversos sites especializados disponibilizaram listas classificando episódios bons e ruins de BLACK MIRROR. Não concordo muito com tal classificação, já que não encontrei nenhum episódio ruim, por assim dizer. O que há são uns episódios mais movimentados e outros mais monótonos; alguns mais românticos e outros mais trágicos. Mas TODOS igualmente tensos e perturbadores. “Daí vai do gosto do freguês”, como diz o ditado. Mas, se é que posso deixar a minha classificação aqui pra vocês, eu destacaria o episódio 4 da 3ª temporada “San Junipero” como o mais triste, e o episódio especial de natal “White Christmas” como o mais perturbador.
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Uma história de amor simulada em San Junipero e... |
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... O trágico desfecho de White Christmas |
É, recomendo muito. Mas atenção: BLACK MIRROR não é uma série para todo tipo de expectador. Portanto, se você é do tipo impressionável, evite por enquanto. Vá ver algo mais leve, porque de leveza esta série aqui não tem nada! Hahaha
Conclusão
Gente, antes de mais nada quero me desculpar por essa resenha curtinha de hoje, a correria de fim de ano aqui não tá fácil. Mas acho que deu pra resumir bem as minhas impressões sobre a série.
No mais, queria deixar aqui o meu agradecimento especial à minha prima Amanda e à minha queridíssima amiga Priscila (que eu ainda hei de conhecer pessoalmente rsrs), ambas resenhistas aqui do blog, bem como a TODAS as Meninas Que Leem Livros, pela oportunidade de poder contribuir para a página. Conforme eu disse no começo, passei praticamente o ano todo doente e SÓ EU SEI o quanto me fez bem escrever aqui.
Naturalmente, preciso agradecer também a todos vocês, meninos e meninas, que vêm aqui de 15 em 15 dias ler minhas resenhas de filmes. É por vocês que eu trabalho. Amo muito todos vocês!
Enfim, ficam aqui meus votos de que 2017 venha mais leve pra todos nós, e que aprendamos a vibrar positivamente pra ajudar a tirar nosso país dessa nuvem negra pela qual estamos passando. Desejo que sejamos mais irmãos, mais tolerantes uns com os outros. Desejo, por fim, força, a cada um de vocês, para que possamos juntos evoluir na arte de praticar a paz e o bem. Um beijo no coração de cada um de vocês, e um feliz ano novo!
Até o ano que vêm, gente!