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{Resenha} Último Turno

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Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Ano: 2016
Sinopse: Brady Hartsfield, o diabólico Assassino do Mercedes, está há cinco anos em estado vegetativo em uma clínica de traumatismo cerebral. Segundo os médicos, qualquer coisa perto de uma recuperação completa é improvável. Mas sob o olhar fixo e a imobilidade, Brady está acordado e possui agora poderes capazes de criar o caos sem que sequer precise deixar a cama de hospital.
O detetive aposentado Bill Hodges agora trabalha em uma agência de investigação com Holly Gibney, a mulher que desferiu o golpe em Brady. Quando os dois são chamados a uma cena de suicídio que tem ligação com o Massacre do City Center, logo se veem envolvidos no que pode ser o seu caso mais perigoso até então.Brady está de volta e, desta vez, não planeja se vingar apenas de seus inimigos, mas atingir toda uma cidade.Em Último Turno, Stephen King leva a trilogia a uma conclusão sublime e aterrorizante, combinando a narrativa policial de Mr. Mercedes e Achados e Perdidos com o suspense sobrenatural que é a sua marcar registrada.

Resenha:

Quero começar essa resenha comentando a dedicatória do livro (coisa que quase ninguém presta muita atenção, inclusive eu!). Geeeenteeeee, Stephen King dedicou Último Turno para Thomas Harris!!!! O criador do psicopata mais amado dos livros e do cinema, Hannibal Lecter!! (táaa, talvez o psicopata mais amado por mim, mas enfim...) Voltando ao livro...

Ahhhh! Que ingenuidade a nossa pensar que a Trilogia Bill Hodges seria apenas mais uma história de suspense policial comum, sem envolver eventos inexplicáveis e sobrenaturais dos quais Stephen King sempre faz uso em seus livros. Finalmente sua marca registrada apareceu no terceiro livro da série, que veio para fechar com chave de ouro as aventuras do psicopata Brady Hartsfield.

Senti um pouco de falta das mortes impressionantes e banhos de sangue, tão presentes nos dois primeiros livros da trilogia. Podemos dizer que Último Turno mexe mais com o lado psicológico de seus personagens (e nosso também).

No segundo livro, eventos estranhos já começaram a acontecer no hospital em que Brady estava internado, em estado semicatatônico. Torneira abrindo e fechando sozinha, foto caindo sem ninguém encostar... Qual será o segredo que Brady Hartsfield está escondendo dessa vez?

No geral, as mortes desse terceiro livro acontecem por suicídio. Então como poderíamos imaginar que Brady teria alguma coisa a ver com isso? Trancado dentro do hospital, sem acesso ao mundo externo e quase sem movimentos, não haveria como o assassino estar envolvido, certo? Mas sempre existe aquela pulguinha atrás da orelha de Bill Hodges, que investiga os suicídios por conta própria, já que a polícia não acredita que exista nada de estranho neles.

“Foi Hartsfield quem percebeu os pensamentos suicidas de Hodges e tentou dar uma mãozinha. Funcionou com Olivia Trelawney, afinal, e ele pegou gosto.”

Em todas as mortes que andavam acontecendo, havia um estranho objeto em comum nos locais: um Zappit, que era um aparelho eletrônico de joguinhos simples, um tanto quanto ultrapassado nos dias de hoje. Além disso, também havia um tipo de assinatura nas mortes, apenas a letra Z aparecendo em algum lugar próximo de onde o cadáver era encontrado.

Um dos jogos disponíveis no aparelho se chama Pescaria, onde peixes coloridos aparecem nadando na tela de demonstração, com uma musiquinha que torna tudo meio hipnotizante. Na investigação, Hodges descobre que vários desses aparelhos foram doados após o fechamento da empresa que os produzia. Inclusive o hospital em que Brady estava também recebeu algumas unidades, e ele passava horas olhando para a tal tela de demonstração do jogo de pescaria.

O médico de Brady, Dr. Babineau, escolhe esse paciente para testar uma nova droga experimental usada em casos de morte cerebral, e com isso, ele passa a ter uma melhora considerável, em relação a reflexos e movimentos, às vezes até soltando uma ou outra palavra. Em outros momentos, continuava naquele estado apático com o qual todos já haviam se acostumado.

Ao mesmo tempo, Hodges estava sentindo dores fortíssimas, e apesar de adiar seus exames, acaba descobrindo um câncer no pâncreas, já em estado um pouco avançado demais para deixar pra lá. Porém, cabeça dura que é, convence Holly que em até três dias ele resolveria o caso e se internaria para o tratamento.

Barbara (irmã de Jerome), hipnotizada pelo tal jogo, quase morre atropelada por um caminhão, se não fosse um rapaz empurrá-la mais para frente, deixando-a apenas com alguns ossos quebrados. Barbara relatou aos investigadores que ouvia uma voz em sua cabeça dizendo coisas que a deprimiam, e tentava convencê-la a se matar, mesmo que ela nunca tivesse pensado no assunto.

“Ele não consegue dizer em que está começando a acreditar: que são máquinas de suicídio.”

A trama se desenrola com essa investigação, talvez a última da carreira de Hodges, que já não tem saúde para continuar. Mas como sempre, ele conta com a ajuda de Holly e Jerome, e conseguem desvendar o mistério, que apesar de não ser a versão oficial divulgada pela polícia, foi solucionado.

No final das contas, eu esperava mais desse livro. Gostei tanto de Mr. Mercedes e Achados e Perdidos, que achei que esse fosse me impressionar ainda mais. Mas confesso que ele é o que menos gostei dos três, o que não o torna um livro ruim, de maneira alguma. Apenas faltou um pouco de sangue e ação pro meu gosto.


De qualquer forma, Stephen King conseguiu prender minha atenção do começo ao fim, atiçar minha curiosidade quanto à telecinesia e controle da mente, e manter minha ansiedade quanto ao final da trilogia. Isso fez toda a espera valer à pena. Trilogia recomendadíssima!!!



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