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{Resenha} Filho das Sombras - Sevenwaters #2

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Título Original: Son of the Shadows
Autora: Juliet Marillier
Editora: Butterfly
Sinopse: Filho das Sombras narra a história da jovem Liadan, que, tal como a sua mãe, Sorcha, herdou a habilidade de falar com os espíritos da floresta, os quais lhe segredam que ela deve permanecer, para sempre, em Sevenwaters, se quiser que as ilhas Sagradas sejam retomadas dos bretões.
A Irlanda está numa avassaladora guerra, onde um misterioso homem é temido e reconhecido
como um mercenário feroz. E, assim como sua mãe no passado, ela acaba por ser capturada e sente-se cada vez mais atraída pelo ser das sombras, apesar de saber da maldição da profecia que Seres da Floresta lhe preveniram...

“É preciso ter muita força para sobreviver aos jogos dos Seres da Floresta.”
Filho das Sombras, segundo livro da trilogia Sevenwaters, se passa alguns anos depois de Filha da Floresta que já foi resenhado aqui. Vi que algumas pessoas dizem que não é sequencial... Mas acredito que é sim. Então, se você pretende seguir essa trilogia, já aviso que a resenha pode ter spoilers do primeiro livro (e talvez um pouquinho do segundo), ok?

Sorcha e Iubdan – Hugh de Harrowfield - estão casados há muitos anos. Vivem em Sevenwaters junto de Liam, um dos irmãos mais velhos de Sorcha que lidera o exército e o castelo. O casal tem três filhos: um casal de gêmeos, Liadan e Sean, e Niahm, uma linda e mimada jovem. A vida foi boa com eles, embora a guerra pelas ilhas ainda não tenha cessado. Dois irmãos de Sorcha e Liam foram perdidos para ela...

Connor é um druida da floresta e traz alguns de seus companheiros para a comemoração de Imbolc. Entre eles, o jovem Ciarán, que causa um rebuliço danado com sua presença entre as jovens do castelo. Muitos amigos da família estão presentes, entre eles Eamonn e Aisling, amigos de infância das crianças. Eamon, porém, já o líder de seu clã.

Liadan é a cara de sua mãe e também possui seus dons de cura e consegue fazer contato com os seres da floresta. É uma menina simples, que se contenta em ficar no jardins ou correr pela floresta de Sevenwaters... Não tem desejos de se casar com um homem poderoso ou ser dona de seu próprio castelo. Contenta-se em ajudar as pessoas, tal como a mãe o faz. 
“Aprendi a crer que os seres da floresta guiam nossos passos. Que é através de nós que eles concretizam seus grandes planos. Mas você não faz parte desse esquema. Talvez você seja especial.”
Mais uma vez, a roda gira. Os Seres da Floresta sempre tramam com as vidas humanas, e Liadan conhece uma profecia: a profecia de que um filho de duas raças irá reconquistar as Ilhas Sagradas e ela logo aprende que não há como esquivar-se de seu destino.

Durante uma viagem, Liadan é sequestrada por ser uma excelente curandeira. Mal sabia ela que, ao cuidar do enfermo, sua vida estaria mudada para sempre. Está presa entre mercenários, que não possuem espaço para mulheres. Sabem como o mundo medieval nos tratava: somos inúteis, feiticeiras que tiram os homens de seus destinos e é assim que ela é tratada pelo líder do bando.



Bando este que ela sabe que tem prejudicado o reino de Eamonn, aquele o qual sua família possui aliança. E alianças em tempos de guerra, são a potência de um reino.

Embora preocupada com os seus, em especial com sua mãe, ela faz o trabalho para o qual foi sequestrada. E, nesse meio tempo, descobre que os mercenários podem ser pessoas também. Exceto pelo Chefe que, desde o primeiro instante, não ocultava o fato de que o destino da moça era incerto. 
“Pois você deveria se preocupar – eu disse, agora com a voz mais calma. – Morrer sem conhecer a si mesmo é a pior coisa que pode acontecer.”
Esse livro é sobre como deixamos nosso orgulho nos vendar os olhos, como nossos julgamentos podem atrapalhar as relações que estabelecemos. 

Eu gostei de como os personagens secundários foram explorados, especialmente os mercenários. Sério, cada um deles possuía características únicas ligadas a seus comportamentos e habilidades – e geralmente nomes de animais, como Dog, por exemplo. Leal, extremamente leal. Pessoas de diferentes nacionalidades se uniram a esse bando e são os melhores no que fazem.

E é isso que leva Sean a pensar em contratá-los, pois precisam das Ilhas... ou Sevenwaters perecerá. Há um grande mal e ele está muito perto, na face de alguém já conhecido no primeiro livro.

Há grandes revelações e tramas que são ligadas ao livro anterior. É um livro extremamente emocional, uma vez que tudo é narrado pela perspectiva de Liadan... E ela sente e vê muito. Alianças inesperadas são formadas e alianças que, uma vez firmes, foram facilmente desfeitas por conta do ego masculino. Mas é como dizem... Geralmente nos tornamos semelhantes a nossos pais.
“É cruel uma mulher ter que enganar para se proteger. Muitas fazem isso para tornar sua existência um pouco mais tolerável.”
É terrível a forma como a violência doméstica é retratada... E como isso pode fazer uma mulher se sentir. Foi agoniante assistir a personagem (deixo claro aqui que não vou dar nomes!) definhar, desaparecer e achar que ainda era culpa sua.

Liadan é forte. E é isso que encanta os seus amigos e que os fazem protege-la. É forte e não hesita em ajuda-los, independente do que todos ao seu redor pensem. É corajosa, sincera e sabe o que quer, embora sofra muitas vezes, pois sabe que o que deseja pode não ser aquilo que terá. Nunca se sabe o que os Seres da Floresta estão tramando. E ela luta, luta contra tudo e todos que se colocam em seu caminho, entre os anseios de seu coração.

Apesar de ter enrolado um pouco para terminar a leitura, eu gostei bastante. Mais ainda do que do primeiro livro. Lhe pega de surpresa várias vezes, então você também acaba se sentindo pego nas manobras dos Antigos. 

A capa metálica em azul é maravilhosa, com um corvo na cama em meio as sombras de uma floresta. A diagramação é linda, segue os traços celtas que eu tanto gosto. Há penas de corvo desenhadas a cada início de capítulo e os erros de digitação são bem poucos. 

Gostei muito da história e achei uma continuação digna da história de Sorcha e os irmãos cisnes.


“Mas acho que o mundo é simples, em sua essência. Vida, morte. Amor, ódio. Desejo, realização. Magia. Talvez só esta última seja complicada.”
Nota no Skoob: 4 estrelas.

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