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{Resenha} A Filha do Sangue - Trilogia das Joias Negras - Livro Um

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Autor: Anne Bishop
Editora: Saída de Emergência
Ano: 2014
Sinopse: O Reino Distorcido se prepara para o cumprimento de uma antiga profecia: a chegada de uma nova Rainha, a Feiticeira que tem mais poder que o próprio Senhor do Inferno. Mas ela ainda é jovem, e por isso pode ser influenciada e corrompida. Quem a controlar terá domínio sobre o mundo.
Três homens poderosos – inimigos viscerais – sabem disso. Saetan, Lucivar e Daemon logo percebem o poder que se esconde por trás dos olhos azuis daquela menina inocente. Assim começa um jogo cruel, de política e intriga, magia e traição, no qual as armas são o ódio e o amor. E cujo preço pode ser terrível e inimaginável.

Resenha:

Olá pessoal!! Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpas pelo sumiço... Já faz um tempinho que não aparece nenhuma resenha minha aqui e confesso estar bastante atrasada nas minhas leituras (nesse momento a Pri já deve estar pensando na melhor maneira de me matar sem ser presa) hahahaha. O motivo é que estou tentando conciliar trabalho, blog e estudos, e estava em processo de estudo para duas provas de concurso... Que por sinal não consegui me dedicar 100% por sempre ficar preocupada com o que estava devendo pro blog, e tudo virou uma bola de neve.

Enfim, voltei! E voltei trazendo a resenha de um livro sensacional que eu estava louca para ler. Acho as capas dos livros dessa trilogia muito bonitas, e a edição está um capricho!! Apesar disso, encontrei muitos errinhos pequenos de digitação que me incomodaram um pouco pela quantidade. Uma letrinha a mais aqui, uma a menos ali, letrinhas trocadas mais adiante, e fiquei um pouco decepcionada com o trabalho de revisão do texto. Mas em compensação, a história...

Já no princípio do livro, há uma carta do editor, um prefácio da autora e um resumo dos personagens, das joias e da hierarquia dos Sangue conforme suas castas, tudo para tentar explicar um pouquinho deste mundo fantástico criado por Anne Bishop. Confesso que me senti bastante perdida no início da história, mas logo passamos a compreender, e essas primeiras páginas ajudam muito.

No enredo de A Filha do Sangue, conhecemos um mundo de magia atrelada a joias, sejam essas adquiridas por direito de progenitura ou por cerimônias de Oferenda às Trevas, em que a pessoa pode descer até três categorias, passando a ter uma joia bem mais poderosa. São treze cores, da branca à negra, sendo a negra a mais poderosa e rara de todas.

Os Sangue, como são chamados esses personagens, são divididos em castas, em que a mais poderosa de todas é a Rainha, o ponto central da sociedade, a feiticeira que rege todos os Sangue. Entre os machos, a casta mais poderosa é a dos Príncipes dos Senhores da Guerra, que ficam ligeiramente abaixo da Rainha.

A história gira em torno de Jaenelle Angelline, uma menina de 12 anos, também conhecida como “Feiticeira”. Jaenelle é a personificação de uma antiga profecia sobre uma poderosa feiticeira que se tornaria a Rainha das Trevas. É uma personagem cativante, misturando a inocência e ingenuidade da infância com poderes incalculáveis. Um pouco rebelde e irresponsável, enche de preocupação todos que sentem uma ligação especial com ela, mas ninguém consegue ficar bravo por muito tempo.
“Ele não a tocou. Não confiava em si mesmo o suficiente para controlar o ciúme e o despeito que o queimavam enquanto olhava para ela. Preferia ficar com a família e ser tratada daquele jeito a ficar com ele, que a amava com todo o seu ser, mas a quem não era confiada a sua proteção pois era um Guardião, era o Senhor Supremo do Inferno.”

Entre seus protetores e aliados, que juram servi-la quando Jaenelle se tornar Rainha, estão os homens mais poderosos que se poderia imaginar. Saetan é o Senhor Supremo do Inferno. Com uma apresentação dessas, imaginamos que ninguém poderia ser mais forte que ele, porém, nosso diabão fica em segundo lugar entre os machos. Daemon é o macho mais forte na história dos Sangue. Filho de Saetan e Tersa, é um escravo sexual nas cortes de Dorothea e quaisquer outras rainhas que ela deseje que ele sirva. Lucivar, o terceiro macho mais forte, filho de Saetan e Luthvian, também foi escravizado para servir às cortes de Dorothea, porém, seu temperamento faz com que seja preso em um reino distante.

“Lucivar era eyrieno. Jamais sobreviveria nas ilhas de sal de Pruul. Naqueles túneis, com o sal e o calor, sem espaço para abrir as asas, sem ar para secar o suor. Havia uma dezena de fungos que poderiam infectar a pele membranosa e corroê-la. E sem asas... Um guerreiro eyrieno não era nada sem as suas asas.”

Com essas nomenclaturas e descrições, eu imaginava que iria odiar esses três personagens, como se eles fossem totalmente do mal, os grandes vilões da história. Porém, não foi isso o que senti.

Me apeguei bastante a Saetan, que passa aquela imagem de paizão, cuidando com zelo de Jaenelle e treinando a menina na arte da magia.

Quanto a Daemon, é aquela figura masculina apaixonante. Espera pela mulher dos seus sonhos, e se assusta ao encontrá-la em uma criança. Mas ele está disposto a esperá-la, ensiná-la e servi-la quando chegar a hora. Ainda assim, pode ser agressivo e extremamente violento com quem atrapalha seus planos.

“Sim, era lindo. Seu rosto era uma dádiva da sua misteriosa herança, aristocrático e moldado de forma tão harmoniosa que não poderia ser simplesmente caracterizado como belo.Ele era alto e tinha ombros largos. Mantinha o corpo tonificado e musculoso o suficiente para agradar. Sua voz era profunda e culta, com uma ponta sedutora de rouquidão que enevoava a visão das mulheres. Os olhos dourados e os densos cabelos negros eram típicos das três raças de longevidade prolongada de Terreille, embora sua pele castanho-dourada, de tons quentes, fosse mais clara do que a dos aristocratas hayllianos – mais parecida à da raça Dhemlan.Seu corpo era uma arma e ele mantinha suas armas bem afiadas.”

Lucivar não me chamou muito a atenção por enquanto, mas creio que terá uma maior participação nos próximos volumes.

Definitivamente não é um livro fácil de se ler e de se compreender. Além da questão de ser uma história realmente complexa, com tantas informações às quais devemos ficar atentos desde o início, a autora também pode incomodar um bocado ao abordar questões como prostituição, incesto, estupro de crianças, castração (chamada aqui de raspagem), além de descrever cenas um tanto quanto sensuais ou eróticas. Particularmente, não me incomodou a ponto de abandonar a leitura. Claro que algumas vezes nos revoltamos contra alguns personagens, mas nunca contra a autora, que conseguiu abordar os temas e construir seus personagens com personalidades únicas e distintas, deixando a critério do leitor amá-los ou odiá-los.

Não vejo a hora de ler o segundo volume, já que no final do livro, temos uma provinha do que está por vir... Recomendo a leitura!

“Corpos em carne e osso e sangue. Teias que delimitavam as fronteiras internas. Cálices de cristal que continham as mentes. Joias para poder. As imagens rodopiavam e se alternavam várias vezes. Quando, por fim, formaram o triângulo de quatro lados dos Sangue. Três lados – corpo, cálice e Joias – encerravam o quarto lado, o Eu, o espírito que une os outros três.”

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