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{Resenha} Foo Fighters - Learning to Fly

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Autor: Mick Wall
Editora: Planeta
Ano: 2017
Sinopse: Há um motivo pelo qual Dave Grohl é conhecido, ainda que ingenuamente, como “o cara mais legal do rock”. Um motivo que explica por que milhões compram os CDs e DVDs do Foo Fighters, os ingressos de shows e de festivais; porque gerações acreditaram na história, no sonho e nas profecias dele, que se realizaram. Dave é generoso. Ele pode não ter o glamour culto de Kurt Cobain, do Nirvana, mas Kurt era alguém que tirava em vez de doar. Kurt se abrigava na escuridão, no lado escuro da lua. Dave é um adorador do sol, um amante e não um solitário, um canal de luz.
Learning to Fly é a história dele, e, portanto, a verdadeira história do Foo Fighters: como nunca foi contada antes. Desde o tempo de Dave como um garoto novo do Nirvana até se tornar o “Ringo Grunge” do Foo Fighters, onde ele está agora: o maior e mais popular astro mundial do rock na categoria masculina.Nada disso aconteceu por acidente. E o internacionalmente famoso crítico de rock Mick Wall nos conta como e por que, em um estilo que pulsa os próprios ritmos do rock, ao entrevistar amigos, antigos colegas de bandas, produtores, executivos de gravadoras de discos e as pessoas mais íntimas de Dave Grohl e dos Foos.

Resenha:

Se você esperava um livro sobre o Foo Fighters e a história de seus integrantes, sinto decepcionar, mas não é bem isso o que encontramos. O autor parte do princípio de que o Foo Fighters é Dave Grohl, e que todos os músicos são apenas figurantes contratados porque em cima do palco Dave não pode tocar todos os instrumentos sozinho.

“Então, este não é um livro sobre Foo Fighters, a banda. Porque isso seria um conto de fadas para idiotas. Em vez disso, é um livro sobre Foo Fighters, o homem. Porque é assim que é, para milhões de fãs dos Foos. Nem adianta fingir que gostaria que fosse diferente.”

Não que não seja verdade... A genialidade de Dave Grohl para os fãs é algo indiscutível. Mas fiquei um pouco frustrada com a leitura desse livro. A primeira metade dele é somente sobre Nirvana, Kurt Cobain e a história de Dave Grohl nessa época. É importante? Claro que é. O Nirvana foi uma banda importantíssima e que revelou o talento de Dave Grohl para o mundo. Mas eu já li a biografia do Kurt, já li uma biografia do Dave, e dessa vez achei que fosse ler uma específica do Foo Fighters e seus integrantes, e não foi o que encontrei.

Enfim, pulando metade do livro... O Foo Fighters surgiu após o suicídio de Kurt, que decretou o fim do Nirvana. Muitas pessoas questionariam como Dave seguiria sua vida, seus sonhos, após essa tragédia em sua vida profissional e pessoal. Mas Dave simplesmente sabia que precisava seguir em frente.

“Nirvana, o nome de ouro, a banda de ouro, da era de ouro, agora desapareceu, se perdeu com o simples estampido de um tiro de revólver calibre 20 e o delírio absoluto de uma seringa com conteúdo suficiente para uma overdose, o corpo intoxicado de Kurt se sacudindo de modo interminável e, então, parando. Abruptamente. Cruelmente. Estupidamente.”

Dave tinha quase 40 músicas prontas, e simplesmente entrou no estúdio e em uma semana gravou uma demo, cantando e tocando todos os instrumentos. E essas fitas foram a primeira matriz do que viria a ser o Foo Fighters. Ele conseguiu um contrato de gravação, tinha o próprio selo e um disco pronto aguardando o lançamento, só então começou a pensar em recrutar outros integrantes para sua banda.

Os primeiros membros convidados por Dave foram Nate Mendel e William Goldsmith, baixista e baterista do Sunny Day Real Estate, banda que havia acabado de se separar. Logo depois, Pat Smear, que foi guitarrista do Nirvana e por quem Dave nutria grande admiração.

A turnê do primeiro disco durou mais de um ano e quatro meses, e eles ainda não sabiam como seria quando se juntassem para um processo de gravação. Dave compôs a maioria das músicas e junto ao produtor Gil Norton, esperava perfeição na execução de todas as músicas, e até ele próprio precisou repetir várias gravações.

O problema maior estava na execução do baterista William, que nunca seria boa o suficiente para Dave, de forma que ele mesmo decidiu gravar o instrumento, afinal, ele era um dos maiores bateristas de rock do mundo. Porém, ele não comunicou William, que foi o último a saber, e ficou arrasado com a notícia. Dave sugeriu que William continuasse sendo o baterista das turnês, mas que ele próprio gravaria a bateria de todas as músicas, em todos os discos.

Essa foi apenas a primeira vez em que Dave não soube lidar com um problema na banda, e William não aceitou sua proposta, saindo de vez do Foo Fighters. Mas Dave não teve dificuldades em encontrar um baterista à sua altura, e recrutou Taylor Hawkins, que acabara de voltar de uma turnê com Alanis Morissette. Porém, três dias antes da turnê, quando tudo parecia dar certo, Pat Smear revelou à banda que estava saindo.

“Quando concordou em integrar o Foo Fighters, Pat sabia que era a banda de Dave. Mas não compreendeu o quanto não poderia ser também uma banda de Pat. Achou que ao menos teria alguma influência nas próprias contribuições musicais. Não tinha.”

Quem o substituiu, depois de muita procura, foi um antigo companheiro de banda de Dave, Franz Stahl, nos períodos pré-Nirvana. Franz foi um cara que ensinou muito a Dave na época do Scream, e foi apresentado durante um MTV Music Video Awards, pelo próprio Pat Smear, que tocou a primeira música e se despediu dando espaço ao novo guitarrista.

Tudo correu bem em mais uma turnê, e novamente os problemas começaram na hora de compor músicas para um novo disco. Franz se sentia inseguro quanto ao seu papel na banda, e estava cansado da turnê, deixando todo o trabalho de composição de guitarras para Dave.

“Praticamente numa repetição do que tinha acontecido com Will, a primeira pista que Franz teve foi quando Dave parou de retornar suas ligações.”

Franz foi demitido em uma conference call com toda a banda na linha, porém só Dave falou. Franz ainda tentou ir até lá, buscar uma explicação, mas apesar de sua reputação de sempre lidar bem com qualquer situação, podemos ver Dave pisou na bola com Will e Franz.

Enfim, Dave fez audições pela primeira vez, com mais de 35 guitarristas, escolhendo Chris Shifflet, ex-guitarrista do No Use for a Name, que partiu para uma turnê de mais de 200 shows em um período de um ano e meio. Para ele, era um sonho se tornando realidade.

Foi a fase de maior popularidade do Foo Fighters, pós-lançamento de There is Nothing Left to Lose, disco que trouxe Learn to Fly, ainda hoje uma das músicas mais conhecidas da banda.

Porém o sucesso trouxe muitos shows, uma turnê exaustiva, em que os membros faziam uso de álcool e drogas, até que Taylor perdeu o controle, apesar de todos os conselhos de Dave, que já tinha visto esse filme antes. Assim como Kurt fez no passado, Taylor teve uma overdose de heroína e quase morreu.

Ao mesmo tempo, Dave estava em crise na sua vida pessoal, se separando de Melissa Auf Der Maur e enfrentando uma disputa jurídica contra Courtney Love, e logo depois do retorno de Taylor, a banda entrou em estúdio novamente, mas ninguém parecia envolvido o suficiente. Apesar de terem continuado a gravar, decidiram que o disco deveria ser descartado, e então Dave decidiu se tornar um integrante do Queens of the Stone Age, como baterista novamente. (Vocês podem conferir a curta passagem de Dave pela banda no clipe de No One Knows aqui).

“Os Foos estavam em péssima forma”, explica Paul Brannigan. Dave, trabalhando com o QOTSA, se declarava “meio de saco cheio desses companheiros de banda. Assim, se vocês não estão nem aí, eu sigo e vou fazer aquilo que eu quero fazer, sabe?”. E isso foi numa escalada até se tornar algo que não deveria acontecer. Obviamente, depois aquilo desencadeou brigas entre os integrantes da banda. Levou Dave a determinar as regras declarando basicamente: “Esta é minha banda e ou nós faremos deste jeito, ou não faremos nada. Ou melhor, vocês não farão nada”.

Após essa briga, Dave conversou com Taylor, fizeram as pazes, e a banda retornou ao estúdio, regravando o disco inteiro em uma semana, acrescentando a nova Times Like These, que Dave escreveu nesse meio tempo. Mais uma turnê, mais um disco depois... E a volta de Pat Smear, chegando à formação atual da banda, no ano de 2006.



“Dave já tinha decidido. Era só questão de comunicar aos caras. Caralho, sim, ia ser estranho no começo. Claro que Dave fingia não perceber. Ele já aprendera que era a melhor maneira de agir em tais circunstâncias. Ele tinha tomado a decisão, deixava que os outros descobrissem as próprias maneiras de lidar com ela.”

O livro também relata inúmeras participações de Dave em shows e trabalhos de outros artistas, além de como ele e Courtney finalmente fizeram as pazes após tantos anos de disputas.

Apesar de não ter muitas informações sobre a vida de cada um dos integrantes, o livro me proporcionou um maior conhecimento sobre a história da banda e os bastidores onde ela funciona como uma empresa chefiada por Dave Grohl.

Com erros e acertos, Dave continua sendo um rockstar da maior qualidade, realmente um gênio da música, além de esbanjar simpatia e energia positiva por onde passa.


Para quem ainda não teve a oportunidade, dizem por aí que em 2018 eles estarão em terras brasileiras... Eu já pude conferir o show em 2012, e garanto que vale à pena!!!

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