Título Original: We have Always lived in the castle
Autora: Shirley Jackson
Editora: Suma de Letras
Sinopse: Morando na casa da família Blackwood com Constance, a irmã mais velha, e o tio Julian, Merricat só quer manter o delicado equilíbrio conquistado pelos três. Mas, desde que Constance foi acusada de assassinar o restante da família, ninguém deixa os Blackwood em paz. Quando o primo Charles chega à cidade, tentando fazer amizade com Constance e despedaçar tudo o que Merricat conquistou, ela entende que precisa fazer o possível para proteger o que sobrou de sua família - e isso pode levar a atitudes inesperadas. Com um humor macabro, Sempre vivemos no castelo conta a história deliciosamente sombria de Constance e Merricat Blackwood, uma das maiores anti-heroínas da literatura americana.
“Os Blackwood sempre moraram na nossa casa e mantiveram suas coisas em ordem; assim que a nova esposa de um Blackwood se mudava, achava-se um lugar para seus pertences, e então nossa casa foi ficando mais pesada com as camadas de bens dos Blackwood, elas mantinham firmes contra o mundo.”
Sabe um livro que você olha a capa e já se apaixona? Eu não havia lido a sinopse – sim, tenho a mania de escolher pela capa, me julguem! – então para mim, ir descobrindo a trama conforme era narrada pela querida e boba Merricat foi maravilhoso!
Merricat tem 18 anos e possui um gato chamado Jonas, que pensa que é humano. É uma menina esperta que ama a vida que leva com sua irmã Constance e seu tio Julian e sempre pensa que pode ser mais gentil com ele.
Logo no começo, caminhamos com a jovem pela cidade, um trabalho muito árduo para ela, pois precisa interagir com pessoas, encarar olhares feios... Ela tem sua rotina semanal, o que significa ir na cidade duas vezes por semana, já que Constance precisa ser protegida. Sua imaginação é incrível, mas não parece ter 18 anos... Talvez 12 ou 13. Ela caminha pela cidade pensando como se fosse uma peça de jogo de tabuleiro, era seu jeito de conseguir cumprir suas tarefas com estímulo. Tem certo conforto na vida que leva, um costume.
“O pessoal do vilarejo sempre nos odiou.”
E porque ela precisava desses artifícios?
Sua família sempre morou na cidade. Uma parte das pessoas gostavam da presença dos Blackwood, outra desejava vê-los pelas costas... E quase conseguiram.
Constance é uma jovem doce e carinhosa, que com paciência e amor cuida muito bem do tio Julian e da Merricat. Assumiu o papel de mãe e é uma excelente cozinheira. Ela quem sempre preparava e prepara os jantares da mansão. E foi justamente por isso que ela foi acusada de ter assassinado grande parte da família.
Menos Merricat. Ela foi mandada para a cama sem jantar. Tio Julian foi o único sobrevivente daquela noite, e é ele quem nos narra todos os acontecimentos do fatídico jantar.
“Merricat, disse Connie, você não quer uma xícara de chá?
Ah não, disse Merricat, você vai me envenenar.
Merricat, disse Connie, você não quer ir dormir?
Lá no cemitério, com a terra a te engolir!”
(leiam com ritmo de musiquinha infantil!)
As personagens são tão peculiares... A família me lembrou A Família Adams, huhauha! Embora não sejam iguais, mas pelo amor que nutrem um pelo outro. Constance sempre fazendo de tudo para agradar tio Julian e Merricat que, por sua vez, faz tudo o que está ao seu alcance para proteger a mansão: planta tesouros, cria palavras mágicas... Mas nada pode evitar a chegada da mudança: primo Charles surge do nada na casa Blackwood.
Charles é um sujeito mandão e prepotente, cheio de ameaças e dominações. Constance parece ficar encantada com a presença dele, acatando sua palavra como se ele fosse seu pai... Ou seu marido. Já Merricat consegue enxergar através do sorriso seboso e arrogante dele e busca de todos os modos proteger a casa da presença do rapaz, que é um charlatão de primeira linha.
A vida das meninas é simples e sua convivência é invejável: as duas se protegem e se amam e nada, nem o ódio da cidade, poderá ficar em seu caminho.
A história é contada por Merricat o tempo todo, narrada como um grande pensamento como se ela estivesse revisitando suas memórias mais queridas. Até daria para esquecer o suspense todo, a morte misteriosa dos familiares se não fossem os vizinhos intrometidos. Suave e divertida, você não quer chegar no final... E acaba odiando cada um dos vizinhos, cada pessoa... E finaliza acreditando que as pessoas podem ser muito más. Guiadas por seu preconceito e desconhecimento de que aquele é o jeito que os Blackwood levam suas vidas, nada de anormal em ser uma família tranquila e distante. Por conta do que aconteceu 6 anos atrás, a vida dos três Blackwood ficou suspensa, não cresceram como se deve crescer... É por isso que suas vidas possui esse equilíbrio tão extravagante.
A Suma caprichou na edição: capa dura, a silhueta das duas irmãs tomando chá tranquilamente. Cada início de capítulo tem a fonte maior e diferente das páginas seguintes, as folhas amareladas e muito agradáveis.
Acabei descobrindo que irá sair em filme, yay! \o/ Com Taissa Farmiga como Merricat e Alexandra Daddario como Constance. É para estrear ainda esse ano, mas não consegui encontrar nenhuma data correta =/ e o mais incrível: parece que lançou em março deste ano, mas não encontro nem trailer correto, só algumas imagens. Mas aí encontro outras informações que não batem muito: que será lançado em 31 de dezembro de 2017... Mas cadê os trailers?! Amostra os trailers!!!
Quando tiver mais informações, aviso e provavelmente irei falar do filme também! \o/
~Livro recebido em parceria com a Companhia das Letras~