Sinopse: Em Meu barco & eu, o autor do bestseller Marley & Eu, John Grogan, retorna escrevendo crônicas de forma magnífica, tendo como inspiração os mais diferentes aspectos do dia a dia. Todos os hábitos e manias humanas estão presentes em seus textos. Da fragilidade da vida quase perdida em um cruzamento no trânsito, aos obstáculos enfrentados pelos adolescentes e à volta da guerra do Iraque, suas crônicas estão repletas da sensibilidade e do bom-humor que transformaram o autor em um dos mais vendidos do século.
Estava em uma viagem à Campinas quando encontrei esse livro, fiquei surpresa ao vê-lo, não tinha ideia de que John Grogan havia lançado outro livro.
Há alguns anos atrás, comprei outro livro dele, “Cães Encrenqueiros se Divertem Mais”, confesso que, iludida pelo seu grande e emocionante best-seller “Marley e Eu”, resolvi comprar o livro. Este era uma junção de histórias de cães que mudaram a vida de seus donos e os mesmos enviaram suas aventuras ao autor.
Mas voltando ao livro em questão, “Meu Barco e Eu”, depois de muito considerar, o comprei. No entanto, ficou parado na minha estante por anos, até que finalmente decidi pegá-lo para ler. Logo na primeira página, a editora diz não ser oficialmente um livro de John Grogan, o jornal no qual ele trabalha juntou todas suas melhores crônicas e as publicou em um livro. Grogan não recebe nenhum direito autoral por ele.
A escrita é ótima e confortável para leitura. Suas histórias são surpreendentes.
A primeira crônica que me chamou atenção, é sobre uma viagem do autor, que minutos depois de ter passado por uma rodovia, acontece um terrível acidente.
“A coisa mais corriqueira pode se transformar, em apenas um segundo, na mais espantosa. Sua vida pode mudar para sempre.” (Página 24)
Temas de morte é muito frequente, a qualquer momento a morte pode chegar para nós, como disse Raul Seixas, “ a morte surda caminha ao meu lado, e eu não sei em qual esquina ela vai me beijar.” É algo presente e real, que esta sempre acontecendo, mas só notamos quando acontece próximo de nós mesmos.
“Faz parte da natureza humana negar esse tipo de coisa, mas a morte pode chegar a qualquer hora e em qualquer lugar [...] A vida é curta. Extremamente bela. Terrivelmente imprevisível. Devemos viver intensamente cada momento de cada dia.” (Página 25).
Vemos também a história de um casal com problemas para terem filhos, a mulher então, decide tomar pílulas de fertilidade. Na primeira tentativa, ganhou gêmeas, na segunda, sêxtuplos. Sem condições para cuidar de todos os filhos, exigia ajuda do estado, porém, ninguém esteve do lado o casal, sabiam dos riscos das pílulas. A mulher, inflexível, não aceitava outras opções.
“Podemos resumir assim: todos nós, algum dia, talvez quando menos esperarmos, enfrentaremos um momento que vai nos definir pelo restante da vida. Esse momento colocará nossa humanidade em xeque [...] Quando esse momento chegar, precisaremos nos perguntar: que caminho vou seguir?” (Página 48).
Depois de muito opinar sobre a história da mulher com 8 filhos, relembra muitos outros acontecimentos de mulheres que decidiram não pedir ajuda. Todas acabaram mal. Uma delas tinha uma filha de seis meses com Síndrome de Down, quando se rendeu as vozes de sua cabeça, cortou a garganta da filha e se matou depois na prisão.
“Às vezes a vida parece uma galeria de vida ao alvo. Somos os alvos; os tiros chegam aleatoriamente, acertando alguns, poupando outros, sem qualquer padrão ou previsibilidade. E, certamente, sem justiça. A vida é muitas coisas. Justa não é uma delas.” (Página 51)
E assim, “Meu Barco e Eu” reúne histórias de uma realidade aleatória à nossa. Estamos sempre muito ocupados com nossa própria vida e, só nos damos conta de algo, quando acontece perto de nós mesmos.
Recomendo bastante esse livro, leiam e tirem suas próprias conclusões =3.