Editora: Farol Literário
Ano: 2015
Sinopse: Luna vive em um mundo em que, todos os dias, milhares de pessoas se plugam a uma realidade virtual onde podem fazer tudo: se divertir, ir às compras ou estudar. Porém, ao se conectar, ela é capaz de vivenciar os dois mundos ao mesmo tempo, uma habilidade muito rara que ela deve manter em segredo. Mas ao ser convocada para um importante teste na escola, Luna sente que seu segredo poderá ser revelado. A partir daí, uma série de estranhos acontecimentos a levam a questionamentos e descobertas inusitadas sobre os dois mundos. Agora ela precisará decidir o que fazer, pois as suas escolhas terão consequências incalculáveis para todos!
Da mesma autora da premiada série Reiniciados, Jogos Mentais irá levar você por uma trama envolvendo hackers, conspirações e grandes corporações do governo, fazendo-o acessar mundos que escondem verdades surpreendentes.
Resenha:
Luna é conhecida por ser uma Recusadora. Os Recusadores são aqueles que não aceitam toda a tecnologia da realidade virtual. Cada um tem seus motivos, sejam eles religiosos ou médicos. Por causa disso, eles não usam os Implantes Educacionais, podendo optar por uma educação tradicional, e não virtual. Porém, Luna não está incluída em nenhuma dessas exceções, o que incomoda a diretora da escola, que acredita que ela seja uma Recusadora apenas para irritá-la e para desperdiçar tempo e recursos.
Em sua sala, a única não classificada era Lunática Luna, e ainda assim ela conseguiu uma indicação para o Teste. Esse teste, realizado pela empresa PareCo, serve para classificar os alunos para as melhores universidades e estágios.
Quando Luna recebe essa notícia, não consegue compreender o porquê de ter sido escolhida. O coordenador da escola para o Teste explica a Luna que fazer o teste com papel e caneta é mais difícil, pois no virtual ela poderia manipular padrões, dar respostas instantâneas, passar mais rapidamente pelas questões.
Pensando nisso, Luna chega em casa e decide tentar pela primeira vez, depois de muito tempo, conectar-se em seu PPI. Como ela não tem implante, precisa se plugar do modo tradicional, e então entra no corredor do Temporreal, o portal da PareCo para os mundos virtuais.
“Respiro tão profunda e calmamente quanto posso e passo pela porta devagar, tentando afastar a náusea. Durante anos pensei que era assim com todo mundo. Quando descobri que não, que para todos os outros o mundo físico desaparece e isto aqui é tão real quanto tudo o que há nele, quase me expus. Mas Nanna alertou que isso deveria ser um segredo. Naquela época não entendi o porquê – eu tinha uns seis ou sete anos? Compreendi anos mais tarde. Algumas vezes, ser diferente não é nada bom.”
Luna se encontra com seu pai no mundo virtual, onde ele passa a maior parte do tempo, devido a seu trabalho, como Senhor do Tempo. Ele sempre achou que o motivo de Luna detestar estar no mundo virtual fosse a morte de sua mãe, Astra, e como sua avó, Nanna, pediu a ela que não contasse a ninguém, Luna nunca o corrigiu. Luna então conta a ele sobre sua indicação para o Teste, mas logo se despede, devido aos enjoos que sente quando está conectada.
“Cinco minutos de Temporreal e quase duas horas até passar o enjoo. É uma boa razão para ser uma Recusadora, não?”
Outro grupo facilmente reconhecido (além dos Recusadores) era o dos Hackers. Usam sempre as roupas que querem e tatuagens perto dos olhos. No primeiro encontro dos selecionados para o Teste, Luna reparou que tirando os Hackers, todos os outros tinham um código de cor. Sua escola era azul (assim como o vestido que Melrose a emprestou), e as outras três eram vermelha, roxa e branca. Luna não se sentia parte daquela escola, daquele lugar, e os colegas faziam questão de tratá-la de forma a realmente não se sentir à vontade com eles. Com isso, seu amigo Hex a convida para sentar-se à mesa dos Hackers, onde Luna conhece Gecko.
“Quem é esse cara? Esse Gecko. Nome estranho, mas os Hackers, como Hex, e minha mãe, Astra, escolhem seus próprios nomes como parte do que tecem virtualmente. Ela foi a rainha dos jogos espaciais; Hex está em jogos mágicos, com pragas e feitiços. Em que Gecko estaria metido?”
Após o jantar, durante a festa, Luna é humilhada por Jezzamine, que não aceita a presença de Luna como uma deles. Ela acha que sua amiga Melrose havia contado sobre o surto psicótico de Nanna, que Jezzamine usou para humilhar Luna, e ao tentar sair do salão andando rapidamente, tropeça e cai na frente de todos. Gecko a ajuda com gentileza, porém ela tira os sapatos e corre até o alojamento feminino.
A partir daí surge uma forte amizade entre Luna e Gecko, uma relação de proteção acima de tudo, confiança e carinho. Quando foram fazer o Teste, os dois se encontram no meio da noite, tentando fugir. Gecko se sente receoso quando a PareCo, pois todos os Hackers acima de 18 anos desaparecem, após terem o emprego dos sonhos em jogos, como senhores de seus próprios universos virtuais, retidos longe do resto das pessoas. Luna tinha medo de não se dar bem no segundo teste, e confiou seu segredo a Gecko, que a orientou quanto a um medicamento antináuseas para que ela não sentisse enjoo ao se conectar. Se ela usasse os MANs, ela poderia colocar um Implante, ir para a universidade e viver feliz para sempre. Porém, ela não contou sua dupla preocupação a Gecko: ela continuava vendo e sentindo o mundo real quando estava plugada.
Nessa noite, sob o brilho das estrelas, Luna encontra lampejos de prata em torno do olho esquerdo de Gecko, como espirais de Hacker, mas prateadas. Não havia visto antes, somente à luz das estrelas. Lembrou que já havia visto essas marcas antes, no rosto de Astra, mas não sabia o que elas significavam. No outro dia, quando ela pergunta sobre as marcas, Gecko explica que elas são um tipo de segredo, e que a maioria das pessoas não podem vê-las nem à luz das estrelas. É como um nível diferente de hacking, indetectável. Apesar da explicação, Luna só foi compreender quem realmente eram os P’Hackers e suas habilidades depois de algum tempo.
Após os testes, Luna, Hex e Gecko conseguiram as melhores colocações, e seriam enviados para o Tanque de Pensamento, em uma ilha tropical, com benefícios, pagamentos e trabalhos incríveis. Ou era isso o que todos esperavam.
No transporte para a ilha, há um acidente em que Gecko salva Luna e a manda de encontro a pessoas de sua confiança, os Vermes, que trabalham para desmascarar as fraudes da PareCo, mas ele desaparece no processo. Luna conquista a confiança dos Vermes, principalmente após descobrirem sobre sua mãe.
“As marcas, Luna. Estão aqui, são parte de sua pele. Prata, como Astra, como eu. Sabia que você devia tê-las: apenas P’Hackers podem ver e você viu as minhas.”
Nesse momento, Luna aprende tudo sobre a PareCo, na visão dos Vermes. E criam um plano para ela se infiltrar na companhia e resgatar Gecko. Porém, para funcionar, Luna precisa se desfazer de suas memórias...
Geeeeeeeeente são muitos acontecimentos nesse livro o tempo todo!! Muitas passagens de ação, aventura, diversão, e até algumas angustiantes e perturbadoras... Luna cresce e amadurece como personagem e aprende que nem tudo é o que parece e que não podemos confiar em todo mundo.
A narrativa nos prende do começo ao fim, e queremos usar qualquer pausa do dia para ler um trechinho que seja. É um livro que mexe com o nosso psicológico e com as nossas emoções, nos fazendo refletir sobre até onde a tecnologia e a busca por poder pode levar as pessoas. Recomendadíssimo!! Não conheço os outros livros da autora, mas com certeza quero conhecer. Fiquei na dúvida se vai haver uma continuação ou não... Alguém sabe me dizer??